Nada de manual ou soluções prontas. Para a doutora em Urbanismo, Ana Carla Fonseca, que participou neste sábado (16) do Seminário Feira CidadeCriativa.com, uma cidade criativa precisa ser feita por cidadãos criativos.
O evento aconteceu no teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas e foi realizado pelo Instituto Pensar, em parceria com a Fundação João Mangabeira, CDL e empresas locais.
Durante todo o dia diversos palestrantes debateram ideias, com os cerca de 250 participantes, sobre como construir uma cidade mais próxima do que seus moradores precisam através do protagonismo da própria sociedade.
O argentino Alejandro Castañé, diretor do projeto Sampa CriAtiva, compartilhou as experiências de cidades como Medellin, na Venezuela, que resolveu problemas crônicos como a violência com ações criativas. “Pequenas ideias fazem sim a diferença. Você pode fazer a transformação no local onde vive”, afirmou.
Singularidades de Feira de Santana também foram discutidas e um novo campo de soluções para resolver problemas como o do artesanato e ambulantes pode ser aberto através de novas ideias. “É preciso repensar a cidade com base no seu maior atrativo: a criatividade dos seus cidadãos”, pontuou Ana Carla que destacou a importância do pertencimento acerca do local onde se vive e apontou a cultura como o principal traço de uma cidade criativa.
Foi apresentado ainda durante o evento o case “Hand Talk, a história do melhor aplicativo do mundo”, pelo seu criador Ronaldo Tenório, demonstrando como a tecnologia pode ser usada como instrumento de transformação social.
O aplicativo foi eleito pela ONU como melhor App Social do mundo em 2013 e de lá pra cá tem ampliado as formas de inclusão e comunicação entre pessoas que possuem o libras ou o português como língua oficial. “Percebemos que o problema do surdo começa dentro de casa. Diagnosticado isso pensamos em uma solução que pudesse ajudar na vida dessas pessoas. Assim surgiu o Hand Talk”, contou Ronaldo.
O aplicativo já ultrapassou os 700 mil dowloads.
“Nosso objetivo ao realizar o evento foi despertar as pessoas de Feira para o conceito de Cidade Criativa e sua proposta de protagonismo social. A reflexão de que nós, enquanto cidadãos, podemos criar alternativas e não esperar apenas por soluções prontas dos governos, seja qual for a esfera, transforma a realidade, e transforma para melhor. As pessoas precisam também pautar os governos, indicar as diretrizes e andar em parceria com aqueles que entendem isso ou seguir em frente sem depender de um apoio institucional”, afirmou um dos coordenadores do evento, Angelo Almeida.
De acordo com o presidente do Instituto Pensar, Domingos Leonelli, esse foi um primeiro e importante passo. Novas ações como a construção de um site sobre a temática serão postas em prática. “A participação e interesse das pessoas de Feira de Santana foi extraordinária. A cidade possui muitas ideias e com a experiência na implantação de outros projetos vamos auxiliar nessa construção que é independente e coletiva”.
A senadora Lídice da Mata; o vice-prefeito, Luciano Ribeiro; o deputado estadual e líder do governo, Zé Neto e o presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande também participaram do evento que teve ainda na sua programação as palestras do vice-reitor da Universidade Federal da Bahia, Paulo Miguez e do coordenador do Observatório Estadual da Economia Criativa da Bahia, Messias Bandeira. Além dos debatedores, Richard Alves, Isailton Reis, Edival Passos, Joilson Reis, Angelo Almeida e Marialvo Barreto.
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