Libânio de Morais viveu em Feira de Santana pelo século 19 e dizem os historiadores que era parceiro e amigo de um poeta que dá nome à rua mais badalada do comércio do centro da cidade, a Francisco de Sales Barbosa que se tornou o famoso “Calçadão da Sales Barbosa’.
São ruas do ‘centro histórico’, se por aqui tivéssemos esse zelo de chamar assim a essa área central da Feira. É o trecho onde está o antigo Mercado Municipal, hoje Mercado de Arte Popular e a sede da Procuradoria Geral do Município.
Temos um mercado cheio de arte e cercado de poetas por todos os lados: a entrada leste do MAP fica na Libânio de Morais e a oeste na Sales Barbosa.
Sales Barbosa também ficou mais conhecido que Libânio. O Sales estudou Direito no Recife, foi abolicionista e morreu jovem aos 27 anos em Salvador. Há poucos dias, uma escritora fez um sarau noturno no MAP para apresentar uma dissertação de mestrado sobre o ‘poeta romântico’. (clique aqui).
Na rua Sales está ‘o grosso das confecções’, pelo Calçadão circulam milhares de pessoas dos mais variados lugares da Bahia principalmente. É uma linha reta com barracas e lojas que escapole na praça Froes da Mota. Há quem ache feio esse comércio. O poeta Sales Barbosa também era fisicamente considerado feio, tão feio, que chegou a ganhar um ‘concurso’ de um jornal da época…
Na Libânio está a feirinha das frutas e das verduras, um comércio que emenda com a praça Bernardino Bahia e lambe a Senhor dos Passos e adjacências.
Estamos no centro vivo da cidade. Um movimento e uma informalidade de feira que incomoda alguns que também trabalham no centro da cidade. A ponto de abandonarem o local.
Primeiro foram os procuradores do Município. Há mais de 5 anos resolveram sair do prédio próprio da Procuradoria onde iniciou-se uma reforma que só agora parece estar no fim. Há portas de vidro, as grades foram colocadas e pintou-se de verde as janelas. É um prédio moderno. A poucos metros está a antiga construção que abriga hoje o Arquivo Municipal.
Depois foram os servidores federais do INSS que também abandonaram o edifício que começou a história do crescimento vertical de Feira e que valorizou o centro da cidade.
A escritora Cíntia Portugal, a da ‘dissertação no MAP’, sugeriu na ocasião que nesse prédio vazio do INSS seja instalada uma Casa de Cultura ‘Sales Barbosa’. (clique aqui). É uma boa ideia a da escritora para um prédio público federal.
Mas o que fazer com o municipal caso os procuradores resolvam não se misturar aos feirantes do centro?
Reforma no Prédio da Procuradoria do Município de Feira está quase pronta https://t.co/wSs4EbNqbJ via @BLOGdaFEIRA