“Não podemos nos eximir ou esconder de que existem responsabilidades.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é feito pelas três esferas de governo: União, Estado e Município. Cada um com seu papel e a sua complexidade.
Nós enfrentamos problemas de saúde em nível nacional, em todos os lugares, inclusive, regiões como São Paulo, onde se tem de tudo e em todas as especialidades. Não poderia ser diferente na Bahia.
O que acontece na alta complexidade é que o município de Feira de Santana tem limites, e o limite é ambulatorial, não é cirúrgico.
Feira de Santana não pode ser vista somente como o município, mas sim a região de Feira, que comporta 72 municípios na sua macroregião, e em todo o seu redor são 126.
Nós temos dois entraves, que se chamam obstetrícia e ortopedia de alta complexidade.
Hoje as maiores entradas nas emergências são de acidentes de moto ou ortotraumas. E nós não temos em Feira hospitais, exceto o Hospital da Criança, habilitado pela União para alta complexidade em ortopedia.
Todos os hospitais habilitados estão em Salvador.
Hoje Feira de Santana executa o que é papel dela, que é a média complexidade, que são cirurgias que podemos fazer sem determinadas próteses e órteses.
Mas existe um aparelho chamado Arco C que o SUS não cobre em todos os hospitais. A saúde não é feita só do poder público.
O município tem as unidades da prefeitura, que são as policlínicas, temos a rede hospitalar, que é o Hospital da Mulher, e temos a do estado, que é o Hospital Estadual da Criança (HEC), o Lopes Rodrigues, a Unidade de Pronto Atendimento do Clériston (UPA) e o Clériston (HGCA), e temos os conveniados ao SUS, a exemplo da Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Dom Pedro, que não são hospitais públicos, são filantrópicos, atendem tanto ao SUS como os convênios particulares.
A Santa Casa tem um limite de 60% para o SUS, e os hospitais conveniados como a Casa de Saúde Santana, o HTO e o H. Ort, que fazem uma cota.O que estamos discutindo em nível estadual é como precisamos arrumar essa rede de ortotrauma.
Fiz essa fala semana passada em Salvador.
No dia 16 de maio, encaminhei um ofício para o Hospital Clériston Andrade solicitando uma lista de todos os pacientes que sejam competência do município com seus diagnósticos e sua procedência, e ainda não tive resposta.
Porque o Município se comprometo a realizar todas as cirurgias que forem da nossa complexidade, que é a média. Nós temos hoje um déficit de R$ 4 milhões na ortopedia, porque continuamos fazendo algo além do que a gente recebe.”
foto: Acorda Cidade.