O escravo fugido Lucas Evangelista, o Lucas da Feira, é a figura mais famosa e marcante na história de Feira de Santana.
Um grupo de artistas e intelectuais da cidade organiza um evento cultural para marcar a data do nascimento dele, há 210 anos, no próximo dia 18 de outubro.
Personagem vivo na memória coletiva e oral da cidade, Lucas Evangelista ainda nos dias de hoje é vítima de preconceito e estigmatização. Há pouco tempo a Câmara Municipal recusou uma homenagem à memória dele.
A história do escravo que fugiu do cativeiro e durante cerca de 40 anos liderou um grupo de semelhantes nos arredores da cidade nunca foi revista pelos historiadores e sociólogos que o enquadram na categoria de ‘cangaceiro’, apesar dos inúmeros quilombos que mantinha com o dinheiro e bens que roubava e assaltava nos arredores da então Vila de Feira de Santana.
Apesar dessa ‘rejeição’ pela história oficial, Lucas é motivo de curiosidade das gerações e tema constante nas artes de um modo geral.
Na foto, a tela ‘O Flagelo de Lucas’, do artista plástico Carlo Barbosa, no Museu Regional de Arte de Feira de Santana.
A obra de Barbosa chama a atenção pelas cores e formas monstruosas de personagens da cena no dia do enforcamento (e esquartejamento) de Lucas da Feira.
Mas um detalhe é o mais intrigante de todos:o Lucas que vai para morte tem uma chocante forma humana e o rosto é um auto-retrato do pintor.
Os organizadores do evento querem realizá-lo no Mercado de Arte Popular,o MAP.