“Marido traído é sempre o último a saber” .
Foi mais ou menos assim que o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM) se sentiu quando lhe confirmaram a existência de um ‘sócio chinês’ no negócio do Shopping Popular com o empresário mineiro Elias Tergilene.
Cadeiras arrastadas com força, batidas violentas de portas e uma visível irritação do Prefeito transformou o ambiente do Gabinete do Paço Municipal naquele dia.
Até então, para o Prefeito, a existência de.estrangeiros eram apenas ‘boatos’ que ‘oposicionistas’ e críticos espalhavam pela internet.
Convicto disso, ele não chegou nem a cogitar um questionamento ao empresário Elias Tergilene.
O empresário mineiro, em nenhum dos inúmeros contatos mantidos com ele lhe mencionou a existência de capital e interesses chineses no negócio.
A irritação do Prefeito foi ainda maior com a constatação de que assessores próximos, embora tivessem conhecimento, lhe omitiram a verdade, alimentando a crença de que os rumores crescentes na cidade eram apenas ‘barulho de descontentes’ com a gestão.
Foi então que surgiu o inusitado projeto de lei enviado à Câmara em regime de urgência, proibindo estrangeiros de serem donos de boxes.
Foi a maneira encontrada pelo Prefeito para conter o crescente desgaste e descrédito junto aos camelôs e ambulantes. Foi a tentativa de diminuir o ‘estrago’.
Com a revelação e confirmação pública da existência do ‘sócio chinês’ , o prefeito não teve outra saída senão ‘engolir a seco’ a ‘traição’ do empresário e de assessores, não sem antes recusar atender telefonemas de Tergilene.
Foi então que o empresário, por iniciativa própria veio a Feira e convocou a imprensa para mais uma de suas explanações sobre o empreendimento. O Prefeito, dessa vez, não compareceu.