É quase certo que no próximo mês de abril, o vice prefeito de Feira de Santana, o ex-deputado Colbert Martins Filho (MDB) assuma o cargo de prefeito com a renúncia do prefeito José Ronaldo (DEM) para se candidatar a um cargo eletivo nas eleições deste ano.
Um dos desafios de Colbert no campo político e da governabilidade é manter com a Câmara de Vereadores uma relação que no mínimo, reproduza o grau de confiabilidade existente atualmente entre a bancada governista e o Prefeito José Ronaldo.
Ronaldo, pela longevidade no Poder e estilo de negociação, mantém a bancada sob um controle e docilidade que chega a ser vista como submissão, embora haja para tudo isso um preço político que envolve a distribuição de cargos e prestigio na máquina pública divididos entre os vereadores.
A chegada de Colbert cria expectativas novas que podem desequilibrar a estabilidade entre os dois Poderes, com pressões e demandas inexistentes ou facilmente amortecidas quando se trata de Ronaldo.
Se não quiser se tornar refém de uma bancada sedenta por espaços de poder, o novo Prefeito terá que reformatar sua interlocução com a bancada, mudando por exemplo a liderança do governo para alguém mais próximo dele e com capacidade de convencer os pares a aceitar a convivência com um novo estilo e novas perspectivas.
Embora se saiba que alguns vereadores já estejam procurando Colbert para conversas politicas ‘despretenciosas’, é inevitável lembrar aqui o mau exemplo do ex-prefeito Tarcízio Pimenta que não chamou para si, no primeiros momentos do governo (2009-2012), o diálogo direto e individual com cada um dos vereadores, deixando com Ronaldo a repactuação inevitável que acontece com a mudança de um governo.
Se repetir o malfadado ”estilo Tarcízio”, Colbert vai governar com o fantasma de um impeachment andando ao seu lado. Tarcísio, pelo menos, ainda conseguiu eleger um Presidente da Câmara de sua confiança.