
Pablo Brito da Silva, uma das referências do poker baiano.
Nos últimos anos, o poker brasileiro alcançou elevado patamar internacional. São vários os motivos – como o próprio mérito dos atletas – mas isso se deu muito em razão do desenvolvimento do esporte em várias regiões do país. Segundo dados estatísticos fornecidos pela CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em), são pouco mais de 7 milhões de praticantes no Brasil e a expectativa é que o país tenha 10 milhões de jogadores até 2022.
Seguindo uma tendência nacional, o poker baiano se organizou nos últimos anos e elevou seu status competitivo com grandes jogadores para se tornar referência no Nordeste. O Estado está na rota do BSOP (Campeonato Brasileiro de Poker) há mais de uma década e disputa o CBPE (Campeonato Brasileiro de Poker por Equipes) anualmente.
BSOP Salvador 2019
Em abril deste ano, Salvador sediou pela quarta vez na história uma etapa campeonato brasileiro — as anteriores foram realizadas na capital baiana em 2008, 2009 e 2010.
Depois de nove anos sem receber uma etapa principal circuito nacional o povo baiano pôde acompanhar de perto alguns dos melhores da América Latina e apoiou em peso o evento, que teve ótima repercussão na mídia.
De todas as etapas do calendário do BSOP em 2019, Salvador foi a única cidade representante do Nordeste. Isso mostra a força do poker do baiano não só na região como um todo, mas também na comunidade nacional do poker disputado em alto nível.
Vale destacar que por pouco a festa baiana não ficou completa. No evento principal, o baiano Sérgio Nascimento terminou na segunda colocação — atrás apenas do paulista Guilherme Trevisan, um dos líderes do ranking geral do campeonato brasileiro na atual temporada.
Participação da Bahia no CBPE 2019
Representada pelo treinador Sérgio Nascimento e pelos jogadores Gabriel Bonfim, Ciro Gomes, Juninho Calazans, Leandro Shymansk e Marcele Brito, seleção baiana encarou os principais nomes do poker brasileiro no CBPE 2019.
Realizado desde 2013, o CBPE foi criado pela Confederação Brasileira de Texas Hold’em com o intuito de reunir todas as regiões do país em forma único de competição composto por times, revelando novas caras para o poker nacional e consolidando nomes conhecidos de grande parte do público.
A edição de 2019 foi realizada no WTC Sheraton (São Paulo) e contou com a participação de 20 Estados. Apesar de ter formado um grande time, o time baiano não conseguiu ficar entre os primeiros colocados e viu a seleção goiana conquistar o troféu de campeão pela primeira em vez em sua história.
Jogadores baianos com destaque no poker nacional
No esporte baiano, há três jogadores que estão entre os melhores da América Latina: Ariel Bahia, Gabriel Bonfim e Pablo Brito Silva.
Jogador consagrado, Ariel tem uma carreira muito sólida e está entre os melhores da América Latina há quase uma década. Além disso, seus números falam por si só.

Ariel Bahia em torneio ao vivo
No esporte das cartas, um dos rankings de maior respaldo é o Global Poker Index (GPI). Ele divide os torneios em diferentes pesos para avaliar os jogadores em competições ao vivo, sendo que naturalmente os torneios mais importantes são os mais valiosos em níveis de pontuação.
No ranking de 2019 da GPI, Ariel aparece como o segundo melhor brasileiro na temporada. Além disso, no ranking geral nacional, que leva em conta os últimos cinco anos, o baiano está na oitava colocação.
Ariel também manda muito bem no cenário online e já chegou a estar entre os 27 melhores do mundo nessa modalidade. No entanto, seu foco nos últimos anos são torneios ao vivo, pois ele tem o objetivo de se tornar o primeiro brasileiro na história a vencer o ranking da GPI.
Já na esfera internacional o baiano já competiu em vários países, como Espanha, Malta, Itália, Inglaterra, Bahamas, Irlanda, Panamá, Estados Unidos, Argentina, entre outros.
Gabriel Bonfim, por sua vez, é um jogador jovem e que vem colhendo os frutos pelo seu alto nível dedicação ao esporte. Ele é presença marcante em dois circuitos nacionais de peso, o BSOP e o KSOP.
Em fevereiro deste ano, no BSOP Iguazu, ele conquistou o bicampeonato do 6-Handed, um dos torneios dos mais técnicos desse circuito.
“Eu gosto muito desse tipo de torneio, é a estrutura que eu gosto. É um torneio bem técnico, você olha na reta e só tem regulares bons”, disse Gabriel em entrevista ao site SuperPoker.
Nos feltros online, a bola da vez no Nordeste Pablo Brito Silva. Conhecido como “pabritz” nos torneios, ele é um dos jogadores mais sólidos do mundo quando o assunto é poker online.
4º melhor jogador do Brasil atualmente e 40º no ranking mundial, de acordo com o site PocketFives (conteúdo em língua inglesa), o baiano faz uma grande temporada em 2019 e se consolida na prateleira de cima do poker online. Ainda segundo o PocketFives, o baiano já faturou US$ 4.8 milhões em premiação somente em toda sua carreira online.
O sucesso de Pablo não vem de tempos recentes. Em 2012, por exemplo, ele foi convocado para representar o Brasil no Americas Cup of Poker — torneio realizado na Bahamas que contou com estrelas do poker continental.

Pablo em disputa ao vivo
Mesmo sendo especialista em torneios online, Pablo aparece no ranking da GPI (só leva em conta torneios ao vivo) entre os 90 melhores brasileiros na atual temporada, feito que poucos conseguem atingir nas duas frentes.
Em janeiro deste ano, por exemplo, Pablo disputou um torneio ao vivo a nível mundial nas Bahamas e terminou sua participação no evento no grupo dos melhores brasileiros colocados.
Futuro do poker baiano
Com presença marcante no cenário nacional e já consolidado no poker nordestino como referência, o esporte das cartas na Bahia caminha a passos largos para se tornar no futuro uma das principais potências do poker brasileiro e latino-americano.