A vulnerabilidade da população negra diante da pandemia do novo coronavírus foi tema de uma live, realizada esta semana, que teve como entrevistada a professora titular do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (Dsau/Uefs), Edna Maria Araújo, doutora em Saúde Pública pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Pós-Doutora na Public Health School of the University of North Carolina at Chapel Hill (EUA).
Segundo Edna Araújo, a maioria da população negra vive em favelas e nas periferias dos grandes centros urbanos, em condições habitacionais precárias, sem a possibilidade de exercer os procedimentos preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de distanciamento social e higienização sanitária. Além disso, a pesquisadora ressaltou que as doenças que agravam a situação do paciente contaminado pelo vírus, como a diabetes, hipertensão arterial e tuberculose, são prevalentes entre a população negra.
Os impactos da pandemia do covid-19, alerta Edna Araújo, serviram para mostrar à sociedade brasileira o perturbador grau de desigualdade social e econômica, com alta concentração de renda. A pesquisadora também questiona os dados apresentados pelo Ministério da Saúde que não permitem um diagnóstico estatístico sobre a questão raça/cor na incidência de casos confirmados do novo coronavírus