Saiu há pouco o decreto da Prefeitura determinando o fechamento do comércio feirense a partir de quinta-feira (21). A medida vai se estender até o dia 01 de junho. Há exceções, evidentemente: supermercados, açougues, padarias, farmácias, postos de combustíveis e lojas de autopeças. O essencial e mais alguns setores. Tudo indicava que a medida ia se tornar necessária mais uma vez: os casos de Covid-19 começaram a crescer na Feira de Santana de maneira consistente desde o decreto de reabertura, em 21 de abril.
Naquela ocasião criticamos a medida: o abre-e-fecha – tudo sinalizava para novo fechamento mais adiante – poderia ser mais nocivo ao comércio que um fechamento mais longo, mas que freasse o avanço do novo coronavírus. Mas, contrariando protocolos adotados em lugares que enfrentaram com sucesso a pandemia, a Feira de Santana trilhou caminho diverso. Agora, dá meia-volta.
É bom ressaltar que as medidas mais duras são necessárias. Descontando os impenitentes acólitos de Jair Bolsonaro, o “mito” – há fanáticos que parecem dispostos a morrer só para demonstrar crença cega –, ninguém está disposto a agonizar até a morte num corredor de hospital. Daí a aceitação da população às medidas restritivas, apesar dos inegáveis prejuízos econômicos.
Será que o comércio vendeu bem nesses dias de abertura? É uma indagação interessante para os lojistas feirenses. Aposto que o movimento foi bem abaixo do normal. Afinal, as pessoas estão temerosas de se expor ao Covid-19. Melhor, então, aguardar que a pandemia decline para voltar a comprar com segurança.
O risco do abre-e-fecha reside justamente aí: fecha, abre, vende pouco, fecha, depois abre e vende pouco e lá adiante fecha novamente e assim vai. Na prática, qual o efeito? Retardar o fim da pandemia e estrangular a atividade econômica. Projeções sofisticadas de renomados economistas mundo afora sinalizam nessa direção.
Intuitivamente, aliás, nem precisa ser economista para perceber isso. Basta um pouco de atenção e inteligência. Inteligência que, aliás, anda escassa no Planalto Central, mas… deixa pra lá. Pensar demais na economia, a propósito, é até uma afronta à memória de quem já morreu com o novo coronavírus. E indica pouca preocupação com quem, infelizmente, ainda vai morrer.
É óbvio que ninguém fica feliz com a economia parada e as pessoas em casa. É visível também que o isolamento vem cansando as pessoas que o respeitam. Mas, como não existe vacina – a panaceia da cloroquina é delírio de um magote de malucos – a única solução, no momento, é essa. Qualquer outra proposta é pulsão genocida.
Lá adiante, quando os riscos declinarem, os brasileiros voltarão com a gana habitual para o trabalho. Na Feira de Santana isso não será diferente. Mesmo que, até lá, os desvairados em Brasília permaneçam atrapalhando…
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