Márcio Punk, um dos mais versáteis artistas que conheci, de fato, multiartista. Sempre achei que o mundo precisa conhecê-lo. Um homem da vida, das ruas, das noites e de coração sensível. Punk faleceu, nesta manhã de domingo (6), depois de lutar bravamente, por um ano e meio, contra um câncer de pulmão. Viveu intensamente!
Lamento e choro a sua partida. Vá em paz, meu irmão.
O Beco da Energia, a rua Marechal Deodoro – sua querida “Maré”, o tatoo – “vai se riscar quando?”, a pulverografia – arte visual por ele criada, a música – nunca esquecei sua sensacional banda Filhos da Erva, os instrumentos – a sua inseparável flauta, o cinema – o cara fez filmes, sua motocicleta, e muita, mas, muita gente, hoje, chora a sua morte. Sua família, seus amigos e fãs, os motoqueiros, os moradores de rua, os grafiteiros, os donos de bares e butecos de Feira de Santana, a Praça de Alimentação da Getúlio, as putas do beco, os feirantes da Maré, e até os políticos oportunistas e apoveitadores desta terra, lembram, lamentam e choram a sua partida.
Intrépido, irreverente, corajoso, intenso e sempre surpreendente, Márcio Punk viveu loucamente, viu, sentiu e provou, se não de tudo, muito do que a vida tem a nos oferecer.
O cidadão Márcio “Punk” Antonio Silva do Santos deixa muitas saudades e dois filhos, Erik e Malu.
Ele descansou, morreu, dormiu, partiu de vez guiando a sua moto e tocando a sua flauta, e a sua brava luta contra o câncar atestou que Punk amava a vida, nunca foi um louco suicida (e eu já sabia!). Era um homem com alma de menino e um artista da vida.
Descansou, meu irmão.
Feira de Santana, domingo, 6 de setembro de 2020.
Eu, como membro do povo desta cidade feira, decreto luto oficial.
Jamil Souza é professor, radialista, jornalista. Texto publicado no instagram.acesse:
https://www.instagram.com/p/CEzZdaGBlQT/?igshid=c5v84gi9l4se
foto do arquivo BF: Punk com o sanfoneiro Bié