Calçadas desimpedidas de barracas e lojas vazias de consumidores. Tráfego suave. Nem engarrafamento teve hoje aqui na Conselheiro, me diz Jorginho no Mandacaru tomando uma cerveja no balcão, antes de me responder que Ciso, meu amigo Narciso, do sebo na esquina do beco, foi almoçar na casa dele ali por perto do Ali Babá, o clube onde Waldick Soriano fez suas últimas apresentações em Feira de Santana antes de morrer e do qual é um dos sócios-fundadores o fotojornalista Reginaldo Tracajá, título comprado ao seu amigo Joel, já falecido. Fiz questão de me estender porque sei que alguns leitores(as) podem não saber de que Ali Babá se tratava. E Feira, como disse o Rei Nelsinho, pode ser parecida com Nova York mas com Bagdá não!
La embaixo no shopping popular, feito com o propósito de criar novo fluxo de comércio com a saída das barracas, é visível o crescimento, embora lento lentíssimo, do vai-e-vem de pessoas, olhando lojas abertas e muitas, muitas mesmo (chute: 95%) fechadas , operários abrindo fachadas, montando portas de correr, pintando, colocando piso…há clientes novos no restaurante de Machado, no Galpão das Farinhas, e até as meninas que vendem jogos voltaram a passar por lá, vendedores de chapéus, coisas que mesmo antes da pandemia não existiam mais porque não haviam fregueses. Soube que até o candidato a prefeito do Novo, Carlos Medeiros, descobriu o bom sabor do restaurante e tem dia marcado na semana para estar lá… Não posso dizer o mesmo das feirantes, escanteadas para trás dos dois galpões, nem vejo vendedoras de verduras circulando…não vão poder circular, com seus aventais, seus molhos de coentros….?
Mas de repente para muitos não há por enquanto razão para ir ao centro nem ao shopping popular. Não tem barraca no calçadão e o shopping ainda não está a plenos pulmões. Ao contrário, tá respirando pelo tubo.
Há uma retração que parece ser geral. Dados do IBGE mostram um número negativo, de -3,5%, do índice acumulado do volume de vendas no comércio varejista da Bahia.
Enfim, lembrei do freio de arrumação. O centro de Feira de Santana está sofrendo um desses. Torcer para não haver muitos feridos.
foto: calçadão da Sales Barbosa com o Mercado de Arte Popular (MAP) e a palmeira imperial lá na praça do Lambe Lambe.
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