malaca, esse da foto, ficava aí nesse lugar. antes de março ele já havia sumido do trecho.
malaca é morador de rua sazonal. talvez movido a surtos psicóticos. a família o acolhe qdo ele se muda do seu abrigo que concentra-se principalmente ao pé da escultura que todo feirense deve saber que é de autoria de artista da cidade, vivo e atuante, o arquiteto juraci dórea.
malaca compunha a paisagem, com seu cabelo rastafari, um ar de serenidade e reflexão, performático na imobilidade, quase um modelo sendo permanentemente fotografado. como se estivesse acrescentando mais um elemento à arte profundamente terra e gente do talentoso juraci.
no lugar dele está o baterista incidental do vídeo. ainda é um anônimo mas é presença naturalmente mais barulhenta do que malaca e por isso mesmo mais observada.
e tem uma marca que o aproxima da essência dessa velha cidade mercantil: a busca objetiva e imediata pelo dinheiro.
a bandeja do artista (uma caixa de papelão) está no passeio aberta às contribuições.
já malaca, pelo mercado onde comprava rango todos sabem disso, administra sua própria renda social…
o baterista anônimo… quem sabe dos perrengues que passa nessa feira de santana?
lei aldir blanc pra ele.
a foto de malaca (sem máscara) é de 2018.
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