Há tempo, muito tempo, que a Ford não inova suas duas plantas de Taubaté e Camaçari, optando por atualizar sua fábrica na Argentina.
Na Bahia, depois do Fiesta bebedor mais que um baiano de ressaca do Bonfim light, passaram a produzir a Courier, que foi um fracasso de vendas e mais recentemente o bom e caro Ford Ka, e o que deu respiro a Camaçari foi o sucesso do novo modelo Ecosport, mas que logo foi atropelado por concorrentes japoneses do segmento.
Aí a morte estava anunciada, seria questão de tempo.Produção enxuta exige novos modelos de relação capital trabalho, onde o segundo desaparece aos poucos. A participação de mão obra no custo total de produção não chega a 15%. O pagamento de tributos, entra por uma porta e sai por outra através da exigência do reinvestimento, quando este fica mais pesado que a produção na Argentina eles resolvem fechar aqui.
As concessionárias continuarão vendendo seus carros, gozando dos benefícios da importação pelo Mercosul. Enfim, boa viagem a Ford.
A Ford, há décadas que fala em abandonar o Mercosul. Nos EUA querem produzir apenas o Mustang e um SUV. Na verdade a Ford não sabe produzir um automóvel competitivo no mercado. E no Brasil então a coisa é feia. Seus carros apesar de terem conforto, nada mais oferecem e entregam ao consumidor um produto caro em relação aos concorrentes.
Só que tem um probleminha no meio do problema. Grana de um incentivo fiscal fica no caixa do capitalista. A título de reinvestimento, ou seja, o dinheiro que deveria ser recolhido ao erário, fica para comprar máquinas e equipamentos.
Ora, camaradas, uma planta automatizada tem de comprar paths de atualizações constantes e, portanto, numa operação acima de 70% da Capacidade Instalada sempre tem grana de imposto para bancar parte da compra. Se tem de fazer reforma tributária, comece revendo os incentivos.
Aconteceu que a Ford teve um custo econômico tributário de $200 m ao governo baiano em 2019. Em 2020 este valor caiu pela metade e aí como a recuperação de Guedes é mais lenta que uma tartaruga bicentenária, a recomposição do fluxo de caixa positivo vai demorar e com perspectiva de reeleição deste governo, a Ford adiantou seu lado e se picou.
A Wolks com seu plano de demissão voluntária já sinalizou o mesmo. E se as vendas do velho de roupa nova Gol, despencarem, também vai puxar o carro(SIC).
Ah, outra coisa, a Mercedes em dezembro também puxou seu bonde.