Também é um dos bairros novos da Princesa, somente apresentando um maior volume de crescimento nos últimos anos. Tanto é assim que ainda guarda alguns resquícios de pequena cidade do interior, como algumas fazendas (pequenas), com plantação de capim e gado pastando solenemente.
É um forte reduto de José Falcão perceptível tanto nas casas com cartazes do candidato como na manifestação dos moradores. Hoje, por exemplo, flagramos algo bem indicador desta tese: na rua Paris França (o nome é esse mesmo, Paris França) estávamos fazendo uma entrevista. De repetente passou um carro de som de Luciano Ribeiro, mais enfeitado do que jegue de lavagem (com cartazes, agora colorido, bem verdão), As crianças nas ruas começaram a gritar “É Zé Falcão! É Zé Falcão!”
O bairro é um poço sem fundo de problemas. Pelo menos um deles está com solução à vista, o abastecimento de água que se encontra em fase final, na na recuperação do calçamento da rua Calamar, a principal do bairro e única pavimentada a paralelepípedos (obras de José Falcão, segundo garantiram três moradores que não deixaram margem para dúvidas).
Roque Ramos, morador da rua Paris França, 44, diz que os principais problemas da Conceição é a falta de calçamento e rede de esgoto (Em algumas ruas, foi colocado pó de brita para minimizar os problemas) .
No bairro tem três escolas – Eurides Franco de Lacerda, construída por Colbert na primeira administração e ampliada agora nesta segunda; Escola Senhor do Bonfim (escola bem pequena, também obra de Colbert) e Imaculada Conceição, pertencente ao Estado, que se encontra em estado lastimável.
“Colbert não fez nada, nesse governo, pelo bairro, a não ser construir duas salas de aulas na escola Eurides Franco”, afirma Roque Ramos.
“O bairro precisa de pavimentação. Só tem uma rua calçada, a Calamar”, diz Eliane de Jesus Rosa, moradora da rua Parati, 145. Ela reclama da falta de policiamento (a população quer um posto policial, embora diga que o bairro é tranquilo…), posto médico e esgoto. Eliane diz que não há opção de lazer no bairro. “Quando chega 9 horas (21 horas) tá todo mundo dentro de casa porque não tem pra onde ir, a não ser ficar na sala vendo televisão”.
No bairro há um campo de futebol, que, a depender do período, é muito disputado.
A padroeira, é claro, é Nossa Senhora da Conceição ou Imaculada Conceição, como preferem outros moradores. É homenageada em dezembro, com novena e procissão.
No bairro, Colbert construiu um conjunto do Planolar, na primeira administração, vizinho a Escola Sr. do Bonfim. Não chega a ser um conjunto mas um grupo de dez/doze casas. O importante: os moradores pagam prestação. Uma mulher falou com a gente, mas como estava com muito medo, não se identificou e nem quis muito papo.
“Alguns pagam, outros não. Todo mês a gente recebe o carnê”, revelou, mas não disse qual o valor, porque mora na casa sogra e como a dita cuja é viúva, está isenta do pagamento.
Anchieta Nery, jornalista, escritor, professor universitário (nasceu em julho de 1954, faleceu abril de 2015)
NOTA DO BLOG DA FEIRA: O texto acima faz parte dos escritos de Anchieta Nery para a campanha política municipal de Feira de Santana em 1992, de José Falcão da Silva, então deputado e candidato a prefeito. São pautas e relatórios (como esse) da série intitulada por ele de “Conhecendo os Bairros da Princesa”. Os textos, datilografados, estão colecionados em uma pasta em poder do Blog da Feira. A que está transcrita acima é datada de 13 de setembro de 1992. Leia a série completa.