Depois de muitas idas e vindas, finalmente hoje (04) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, liberou a importação e o uso da vacina russa Sputnik V no Brasil. Inicialmente, serão importados quatro milhões de doses, segundo noticia a imprensa. Também hoje foi autorizada a importação da vacina indiana Covaxin. Seis estados do Nordeste – incluindo a Bahia – foram os autores do pedido de importação da Sputnik V liberado nesta sexta.
A autorização vinha se arrastando há meses, enquanto a pandemia da Covid-19 avança, com crescimento no número de casos da doença e de mortes. Com a decisão, começa-se a vislumbrar luz no fim do túnel: os estados nordestinos adquiriram 37 milhões de doses do imunizante; só a Bahia comprou 9,7 milhões de doses, cuja importação dependia da decisão anunciada hoje.
A chegada dos imunizantes ao longo do ano vai impulsionar a vacinação, permitindo a retomada da atividade econômica e o gradual retorno à rotina, que se esfacelou a partir da chegada da pandemia por aqui. Talvez, no fim do ano, o pesadelo tenha arrefecido muito na Bahia. É o que todo mundo anseia.
Quem vive alegando que combate fome e defende emprego deveria estar exultante. Mas não é bem por aí: a viseira ideológica desta turma impede que celebrem esse avanço. Os espectros da Guerra Fria permanecem assombrando esta gente; muitos maníacos farejam “comunismo” – tudo aquilo que se choca com sua tacanha visão de mundo – em qualquer coisa, sobretudo naquilo que se refere à Rússia.
O anúncio vem às vésperas da temida terceira onda que, talvez, esteja começando. É o que desconfiam muitos especialistas. Aqui na Feira de Santana, são quase seis mil casos ativos e as unidades da rede pública permanecem com lotação máxima, principalmente em relação aos leitos de UTI. Sem dúvida, situação bem mais dramática que aquela vivida ao longo de 2020.
Depois da vacinação, virá o desafio – hercúleo – de começar a tirar o País dos escombros em que se encontra, sob desemprego, fome, exclusão social, revogação de direitos, precarização dos serviços públicos e um surto autoritário conduzido por tiranos ridículos, dignos destas republiquetas de banana que se veem em filmes antigos.
Mas esse momento, por enquanto, ainda não chegou. Agora é hora de acelerar a vacinação.
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