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André Pomponet
domingo, 27 de junho de 2021 / Publicado em Colunistas, Home

Divagações de fim de noite de domingo

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A chuva miúda que cai das nuvens avermelhadas – minúsculas gotículas – dilui um pouco as luzes da Feira de Santana. Mais à frente dilui a própria paisagem, que se condensa em sombras indistinguíveis lá para os lados do centro da cidade. Venta um vento frio. Mas ele é insuficiente para sacudir a copa encharcada das palmeiras imperiais, que pendem, luzidias. Faz 21 graus, segundo a tela do computador. Ninguém desafia o calçamento encharcado. É uma noite de domingo digna de cena de cinema.

A manhã de domingo também foi bem característica: céu azul, vento suave, luz cariciosa do sol, uma paz na atmosfera que até contagiava os espíritos. Destoando de tudo, só uns urubus voando distantes, em círculos, farejando carniça. Depois vi alguns deles bem miúdos, no alto do céu. Tão altos que até inspiravam um silêncio que se somava ao clima ameno, à mansidão do domingo.

A pandemia favoreceu essas observações gratuitas, sem propósito. Antes dela, todos andavam amarrados, escravos de suas agendas. Até os finais de semana tinham sua rotina. Faltava tempo para estes momentos de ócio, de contemplação vadia. A pandemia mostrou que também são importantes, conectam o indivíduo ao seu eu interior, ao seu âmago.

Sempre ouço gente reclamando do contato escasso com a natureza, da sufocante vida urbana. O problema é agudo sobretudo nas grandes cidades, com seus edifícios, seus automóveis, suas distâncias, sua correria, seus minutos contados. Muitos se refugiam em fantasias sobre vida no campo ou, sôfregos, dedicam-se a jornadas rurais nos momentos de folga.

Outros, coitados, despossuídos, não têm casa de campo. Às vezes, sequer uma tapera qualquer numa roça acanhada. Então, por isto, é necessário aproveitar qualquer expressão da natureza ao redor – a árvore, o pássaro, o sol, a lua, o vento, as estrelas, os animais domésticos – já que os idílios no campo são para poucos. Em áreas urbanas, parques e praças arborizadas cumprem essa função. A Feira de Santana, descuidosa, não oferece esse direito a seus munícipes.

Noto que o chuvisco recomeçou. Esfria. Passam mais carros e, à distância, espocam os derradeiros fogos deste São João sufocado pela pandemia. Amanhã é segunda-feira e, na quinta, começa o segundo semestre deste aziago 2021. Mas é melhor não antecipar nada disso e ir ver os paralelepípedos que ficam belos, reluzentes, sob a garoa…

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André Pomponet
André Pomponet
Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2002), mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (2012), exerce o jornalismo desde 1995, quando ingressou no extinto jornal Feira Hoje. Posteriormente, atuou em outros órgãos de comunicação e foi Chefe de Redação da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Feira de Santana.É colunista do Blog da Feira.
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