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André Pomponet
quarta-feira, 11 de agosto de 2021 / Publicado em Colunistas, Home

Sinais de Vida

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André Pomponet
André Pomponet
Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2002), mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (2012), exerce o jornalismo desde 1995, quando ingressou no extinto jornal Feira Hoje. Posteriormente, atuou em outros órgãos de comunicação e foi Chefe de Redação da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Feira de Santana. Atualmente, é colunista do Blog da Feira e Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental na Universidade Estadual de Feira de Santana
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A menina que canta no pavimento superior de uma casa de esquina. Cinco anos? Por aí. A vozinha se espraia pela rua silenciosa na Barroquinha. O estudante do Assis Chateaubriand com suas manobras espalhafatosas a bordo de uma bicicleta. A trinca de garotos endiabrados que atravessa a rua na Queimadinha, cantando, batendo palmas, contentes, infantes. A tarde de agosto que agoniza no céu sem nuvens.

– Olha a cebola, olha o tomate, freguesa!

A negra idosa que passa pela rua vendendo verdura, com seu carrinho multicolorido, bonito, na manhã radiosa de inverno. As nuvens encardidas deslizando no céu feirense lembram morrotes bem recortados e somem detrás das fachadas manchadas dos prédios baixos, de poucos pavimentos. O entregador de gás, apressado, manobrando a moto com perícia, a estudante ansiosa, do Assis Chateaubriand, que voltou às aulas.

– Chip da Tim, Claro, Oi, Vivo!

As moças que gritam no calçadão da Sales Barbosa, vendendo chip. A dupla que proseia, descompromissada, aos risos, defronte à borracharia na Avenida Canal. O sujeito que conduz, com perícia, uma braçada amarrada de escovões, na bicicleta, lá na Barroquinha. O trabalhador que suspende a faina e bebe, tranquilo, uma cerveja num box do Centro de Abastecimento, antes do almoço.

O ambulante, vendedor de meias, que não abdica da elegância, os carregadores com seus carrinhos-de-mão percorrendo as feiras-livres, as lojas atacadistas do centro da cidade, a Marechal Deodoro do pedestre, repaginada. Os ônibus, que trafegam pelo chovido rural feirense, estacionados nas cercanias do Centro de Abastecimento, aguardando os passageiros que palmilham as artérias comerciais do centro da Princesa do Sertão.

– Geladão, geladão!

O ambulante que faz acrobacias para vender seu produto ali na subida do Nagé. Os restaurantes acanhados, cheios de mecânicos, borracheiros e comerciários que exercem seu ofício naquelas cercanias. A luz pálida, esbranquiçada, do sol ao meio-dia, prenunciando chuva, conforme sentenciam os entendidos. Os feirenses espremidos nas vans de transporte, os cobradores que anunciam, aos berros, os destinos longínquos.

Tudo transborda de vida. São sinais de vida, da vida que se deseja retomar. Mas, por enquanto, mesmo nas manhãs de luz mais pura de inverno, há a penumbra do vale da sombra da morte que o brasileiro vai atravessando, sem saber quando todo este horror vai findar…

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