Num ano de muita morte e luto contínuo, o Dia de Finados é mais fúnebre no Brasil. Redundâncias à parte. Afinal, foi em 2021 que a Covid-19 fez os estragos mais consideráveis, matando centenas de milhares de brasileiros. Aqui na Feira de Santana não foi diferente. Embora a pandemia venha arrefecendo com o avanço da vacinação, a trágica contabilidade de óbitos continua. Pelos cemitérios, a dolorosa experiência do luto se reflete no rosto de quem vai visitar familiares e amigos falecidos.
Dados da Central de Informações de Registro Civil – CRC Nacional indicam que, em 2021, morreram 649 pessoas com Covid-19 – ou sob suspeita – aqui na Feira de Santana. Há um ano, os mortos somavam 325. No total, já são 1.086 óbitos confirmados ou sob suspeita pela doença no município. As informações estão disponíveis no endereço eletrônico https://transparencia.registrocivil.org.br/especial-covid e acessíveis à população.
Desde o começo de julho, com o avanço da vacinação, os óbitos estão em queda. Foram 108 desde então. Isto fez a média móvel de mortes na Feira de Santana recuar: permanece em 1 desde o dia 8 de agosto. No quadrimestre anterior, foram mais de 100 mortes a cada 30 dias.
Para quem perdeu familiares e amigos, as estatísticas possuem rosto, nome e implicam em dor, recordações, saudades. O luto, intenso sob as circunstâncias da pandemia, ganha um novo sentido com o 2 de Novembro, pois a data carrega uma simbologia toda própria. Nela, há uma disposição maior para a lembrança, o que, para muitos, sempre envolve uma carga adicional de sofrimento.
A pandemia da Covid-19 deu substância à energia da morte e do ódio que contaminou o Brasil nos últimos anos. Quem a personifica é a horda aboletada no poder lá no Planalto Central. Combatem a adoção de medidas sanitárias, postergaram a aquisição de vacinas, omitiram-se na coordenação da imunização e os catastróficos resultados estão aí, indiscutíveis e incontestáveis.
Daqui a um ano – no próximo Dia de Finados – os brasileiros já terão definido quem vai conduzir os destinos do País nos anos seguintes. Caso não haja um golpe, como ameaçam muitos alucinados, é claro. Na escolha, se saberá se o Brasil seguirá na toada da morte, do ódio, do autoextermínio, ou se dará uma guinada que breque a barbárie e reconduza à vida.
Por enquanto – e até lá – o único projeto exitoso em andamento no País é o da morte, em suas múltiplas dimensões…
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