O publicitário Roque Tavares enviou ao meu encontro em Salvador um emissário especial que ele sabia inevitável pelos laços de amizade e de ofício que me ligam a ele, o fotojornalista Reginaldo Pereira. E de fato, obteve sucesso na empreitada e poucos dias depois estava eu de volta a Feira de Santana naquele ano de 1996 para trabalhar na redação publicitária e jornalística da campanha de Zé Falcão.
José Falcão da Silva, como ele gostava, solene, de camisa de linho branco, sentado no bureau de advogado, na mesa ao fundo da sala completamente entupida de gente em volta dele. Depois eu viria a conhecer um a um, mas naquele momento, a não ser Roque que me acompanhava, e alguns poucos da comunicação, a maioria me era desconhecida.
Os movimentos que haviam colocado Zé Falcão na condição de candidato eu os sabia pelas informações de Roque Tavares, a leitura do Feira Hoje além de alguns telefonemas e conversas com amigos. Eu tinha alguma noção do xadrez político da cidade mas não conseguia traçar um perfil do candidato, o José Falcão da Silva atual, sem mandato, com problemas de saúde, derrotado numa outra campanha para Prefeito mesmo com a máquina do estado a seu favor e contra a qual agora iria enfrentar.
– Ele não está bem nas pesquisas, me avisou Roque quando foi me buscar para a aventura.
– Mas é Zé Festinha, né…!!!? – e demos boas risadas a caminho da Feira.
@publico esse texto como uma homenagem póstuma ao advogado Evangivaldo Figueiredo que vim a conhecer em Feira de Santana por essa época.
- Comércio de escravos na Feira de Santana - 28/09/2024
- Pequenas histórias da escravidão na Feira de Santana - 26/09/2024
- O samba da feira-livre - 20/09/2024