
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV (Fundação Getulio Vargas), onem, segunda-feira, 11, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) como mais uma opção de cálculo de preço no mercado imobiliário e que pode substituir o IGP-M nos contratos de aluguel.
O índice utiliza valores negociados dos aluguéis em vez de dados de anúncios como base de cálculo. Fazem parte dados como os valores dos contratos novos e dos reajustes de contratos existentes, além das características de cada imóvel.
A metodologia estatística empregada permite a mensuração robusta da variação média dos aluguéis ao longo do tempo, refletindo melhor o cenário – oferta e demanda – do mercado de locação de imóveis residenciais.
O IVAR/FGV terá divulgação mensal e passa a integrar em janeiro de 2022 o calendário fixo de divulgação dos índices, indicadores e sondagens do FGV IBRE.
Para fazer o histórico do IVAR – válido apenas para imóveis residenciais – pesquisadores acompanham 10 mil contratos assinados entre inquilinos e proprietários em quatro capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
No entanto, na avalição do especialista em Direito Imobiliário, José Roberto Graiche, que também preside o Grupo Graiche (empresa que atua na locação de 2.558 imóveis, além de administrar quase 800 condomínios, com 90 mil unidades de apartamentos), o fato de fazer um índice nacional, baseando-se em apenas quatro localidades, pode impactar regiões que não refletem a mesma realidade.
“O IVAR vai compor o IPCA, no qual será feita uma pesquisa, colocada em espécie de cesta, que vai somar e tirar a média do custo de vida. A FGV apura isso e fez um convênio com administradoras para levantar esses dados em quatro estados. A diferença é que, antes, tinha um índice que falava por quanto os preços eram anunciados. Por exemplo: o aluguel de um imóvel estava anunciado por R$ 2.500, mas fechou por R$ 1.400. Com o IVAR, vai ser definido o valor que foi realmente fechado, o preço efetivo em que foi alugado”, explica Graiche.
O presidente do Grupo Graiche ressalta que o IVAR medirá a lei da oferta e da procura, o que também traz implicações. “Se a oferta é baixa, o preço sobe muito. Se a procura é muito baixa, o preço vai cair e pode até ficar negativo. Então, esse índice que corrige o contrato de aluguel passa a ser uma coisa não confiável”, salienta.
O Grupo Graiche atua há 46 anos nos segmentos de administração condominial, administração de bens imóveis e na intermediação de locação e venda de imóveis. Hoje, a empresa administra quase 800 condomínios, com 90 mil unidades de apartamentos e 5.100 funcionários.