Quando a variante ômicron da Covid-19 chegou ao Brasil, Jair Bolsonaro, o “mito”, disse que esta era “bem-vinda”. Cultivava-se, naquele momento, a ilusão de que a ômicron matava pouco, que era menos letal e outras fantasias. A nova onda alastrou-se pelo Brasil – e por todo o planeta – de maneira avassaladora, matando relativamente menos por aqui por conta da vacinação. Mas, mesmo assim, os números são inquietantes.
Na Feira de Santana, por exemplo, morreram 49 pessoas com suspeita ou confirmação de Covid-19 desde o começo de janeiro. Ano passado, no mesmo intervalo – naquele momento a vacinação apenas começava – foram registradas 89 mortes. Os números são da Central de Informação de Registro Civil – CRC Nacional – e podem ser acessadas pelo endereço eletrônico https://transparencia.registrocivil.org.br/especial-covid.
No mesmo site é possível observar que a média móvel de mortes suspeitas ou confirmadas por Covid-19 oscilou a partir do início de fevereiro, alcançando dois óbitos diários. Desde segunda-feira (14), porém, esta média voltou a um caso. Note-se que o patamar estava em um óbito diário desde o começo de agosto, elevando-se agora em fevereiro.
É bom ressaltar os números positivos da vacinação na Feira de Santana, que vem avançando inclusive entre as crianças, freando os óbitos. Mas, mesmo assim, mortes seguem acontecendo, seja entre quem não se vacinou, seja entre pessoas com comorbidades ou mais idosas. Não é o momento, portanto, de relaxar em relação aos cuidados. Alertas são feitos com muita frequência por especialistas.
Desde o começo da pandemia – o número é do CRC Nacional – aconteceram 1.150 óbitos suspeitos ou confirmados por Covid-19 na Feira de Santana. O número é computado desde 06 de março de 2020, quando os primeiros casos começaram a ser registrados no Brasil.
Aparentemente, nos próximos dias o número de casos deve começar a cair por aqui também. É a expectativa das autoridades sanitárias, replicando o padrão observado em países que já atravessaram a fase mais severa da variante ômicron. As mortes, de fato, caíram a partir da vacinação. Mas, mesmo assim, seguem acontecendo. Com moderado otimismo, há a expectativa de que, a partir de março, haja um refluxo intenso da doença.
Ao contrário do que vomitaram por aí, a ômicron não é bem-vinda. A afirmação, inclusive, é um insulto às muitas famílias enlutadas. Talvez a pandemia da Covid-19 reverta-se em epidemia ainda em 2022, caso a vacinação siga avançando mundo afora. É o que estima a própria Organização Mundial de Saúde, a OMS.
Mas e a pandemia de asneiras que assola o Brasil? Caso não desperdice o voto, o brasileiro pode começar a se livrar dela no próximo mês de outubro…
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