Ele foi um dos participantes de Arco & Flexa, revista liderada pelo crítico Carlos Chiachio e que circulou em Salvador, em finais dos anos 20, contribuindo para a introdução do ideário modernista na Bahia.
Sua presença em Arco & Flexa, ao lado de poetas como Carvalho Filho, Hélio Simões, Plínio de Aguiar e Godofredo Filho, e publicação esparsa em periódicos diversos (inclusive de outras capitais do Nordeste) já lhe reservava um lugar de destaque no cenário das letras da Bahia.
Na década de 30, um episódio chamou a atenção para o nome de Eurico Alves: o famoso diálogo poético com Manuel Bandeira. Sob o impacto da leitura do livro Libertinagem , de Bandeira, ele escreveu um poema, intitulado “Elegia para Manuel Bandeira”, convidando o poeta pernambucano a visitar Feira de Santana.
Sem o seu conhecimento, Carvalho Filho datilografou os versos e enviou para Bandeira, que respondeu com outro poema. “Eu não estava operando no hospital, quando apareceram Carvalho e Godofredo Filho com a Escusa”, registrou Eurico Alves, em carta para sua filha Maria Eugenia Boaventura.
Nos anos 60, a “Escusa”, que já havia saído em livro, integrou uma antologia, organizada pelo próprio Bandeira, com o título de Meus poemas preferidos
Juraci Dórea é escritor, poeta e artista plástico.
foto: Eurico Alves Boaventura em 1946/Reprodução do livro “A Paisagem Urbana e o Homem – Memorial de Feira de Santana” (2000), de Eurico Alves Boaventura, organizado pela filha, Maria Eugênia Boaventura)