Oficialmente a Câmara de Vereadores de Feira de Santana não recebeu os documentos levados hoje pelo secretário municipal de Saúde, Marcelo Brito. Ninguém quis assinar o termo de recebimento embora tenha sido autorizado o descarrego dos volumes, cerca de 20 caixas de papelão, que chegaram em dois veículos. Com a negativa de protocolar as caixas, o secretário então pegou o testemunho com assinaturas de duas pessoas que trabalham numa casa comercial vizinha.
O secretário Marcelo Brito chegou cinco minutos antes do horário marcado para a oitiva da CPI da Saúde . A notícia do ‘desconvite’ já estava na imprensa mas o secretário disse que não foi comunicado oficialmente, por isso estava ali e estava trazendo consigo a documentação solicitada pela CPI.
O presidente Fernando Torres estava na Casa, foi avisado da presença do Secretário mas não foi recebê-lo. O secretário ficou no hall interno acompanhado de assessores e pessoas da imprensa. Cerca de 15 minutos depois o Presidente desce apressado as escadas que dão ao hall e passa direto para o portão lateral de saída, ignorando completamente a presença do Secretário, entra no carro e vai embora.
O assessor de Comunicação da Câmara, radialista Marcos Valentim, conversou com o secretário Marcelo Brito e chegaram ao entendimento para formalizar em documento o adiamento da oitiva por motivo de pane no sistema de captação e gravação do depoimento. Nesse ínterim o vereador Paulão do Caldeirão, presidente da CPI, estaciona o carro, desce, mas ao ser avisado do que estava ocorrendo lá dentro também vai embora. Ainda chegaram mais dois vereadores, que nem entraram, ficaram aos cochichos com assessores em um canto do estacionamento.
Enquanto esperava as caixas com os documentos, o secretário foi convidado por assessores da Presidência a ocupar a ante sala do Gabinete e foi então que ele se dirigiu para o hall de entrada da Câmara onde falou à imprensa e permaneceu até a chegada dos veículos carregando os documentos. As caixas foram armazenadas no prédio Anexo, onde ficam os Gabinetes dos Vereadores. O imbróglio terminou depois das 16 horas.