Quem vê a quantidade de casas comerciais em Rodelas erroneamente imagina que na sua história este setor sempre foi pujante.
Na velha Rudela, estes estabelecimentos pouco passavam de 30, até os anos 80 – incluindo os botecos e barracas. A primeira onda de crescimento aconteceu com a chegada das empresas que construíram a nova cidade, para atender as necessidades da peãozada.
A segunda onda de expansão chegou com a cultura do coco, que ocupou terras da agricultura de subsistência e o município se tornou um dos maiores produtores do país. Com mais dinheiro na praça, novas casas comerciais foram abertas e a diversificação evoluiu.
A cidade ganhou postos de gasolina – quatro funcionando, farmácias, lojas de móveis, pizzarias, salões de beleza, barbearias – um reforço e tanto na área de serviços. Lojas de confecções se multiplicaram, material de construção. Bares aos montes, restaurantes, açaizeiros. Virou uma cidade de muros altos, de ar cosmopolita. Na velha cidade, Dão Soldado e Beto de Dão (não são parentes) consertavam carros no meio da rua. Rodelas de hoje tem várias oficinas e autopeças. Carne bovina fresca apenas no domingo – às vezes aos sábados. Agora existem alguns açougues com seus balcões refrigerados.
Um dos sinais de pujança de uma cidade é a quantidade de veículos novos e de tração 4 x 4. Outro é a troca das covas rasas por túmulos de mármore ou granito. A mudança, para melhor, deveu-se ao trabalho duro de quem soube aproveitar a minireforma agrária promovida pela Chesf, que tornou dono de terra, mesmo que pouca, quem antes não passava de meeiro.
O próximo Censo populacional vai constatar que Rodelas é uma das cidades baianas que mais ganharam novos moradores na última década. Verdadeira ou lenda urbana, a velha praga do padre – que teria dito que o povoado não passaria de uma rodela, foi neutralizada pelo trabalho duro. Foi transformada em uma cidade comercialmente vibrante. Pujante.
Batista Cruz, jornalista, mora em Feira e é natural de Rodelas. O texto foi extraído do Facebook página Viva Rudela