O valor ainda nem foi pago, mas o adicional do Auxílio Gás já vale menos para os baianos. A partir desta segunda (01), os consumidores pagarão 8,2% a mais pelo botijão de gás de 13 quilos. O aumento é uma decisão da empresa privada que adquiriu a refinaria Landulpho Alves, já durante o desgoverno de Jair Bolsonaro, o “mito”. Os baianos, portanto, seguem experimentando as delícias do liberalismo caboclo, anunciado como redentor nos últimos tempos.
Estimativas indicam que o botijão custará entre R$ 6 e R$ 8 a mais. Vai oscilar, em Salvador, entre R$ 130 e R$ 140. É o quinto aumento do ano. Até 2020 os preços eram bem mais em conta na Bahia, não indo além dos R$ 68. Ironicamente – ou não – o custo dobrou no desgoverno de quem prometeu baixar à metade o preço do produto.
Os aumentos não vão parar por aí. Há rumores de que os grandes empresários – e os pequenos também – estão planejando reajustar os preços seus produtos para agadanhar parte do acréscimo temporário dos benefícios e, assim, recuperar parte da margem de lucro perdida com a crise. Noutras palavras, tudo sinaliza para novo repique inflacionário em preços de itens indispensáveis, como os alimentos. A inflação seguirá, portanto, devorando o pouco de quem não tem quase nada.
Aqui na Feira de Santana, o preço do botijão de 13 quilos para entrega oscila entre R$ 115 e R$ 132 no cartão. No dinheiro há um desconto ínfimo. É o que informa um aplicativo disponível para consulta na internet. Apesar do aumento temporário dos auxílios – o festejado Auxílio Brasil também subiu – o dilema entre comprar a comida ou o botijão vai permanecer.
Num arroubo de valentia eleitoral, o “mito” ameaçou ir pra cima de quem não reduzir preços. Seria bom vê-lo exercendo seu autoritarismo contra os árabes proprietários da companhia que adquiriu a refinaria baiana. Jair Bolsonaro vai tentar intimidar os empresários, os donos do dinheiro? Vai nada! É mera bravata de candidato desesperado, contra essa gente o “mito” fica mansinho.
O festejado aumento do Auxílio Brasil será corroído pela inflação nos próximos meses, indicam estimativas. Caso o “mito” se reeleja, o brasileiro pode descartar suas últimas esperanças e se preparar para um imprevisível futuro inflacionário. Certamente muitos incautos consideram isso exagero. Mas basta acompanhar o debate sobre o cenário macroeconômico para compreender o que está acontecendo.
Isso, porém, é exigir demais de quem se pavoneia da própria – profunda, abissal – ignorância…
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