Toda a diversidade do samba de roda genuinamente baiano será exibida em rede nacional, pela TV Brasil, neste domingo às 22h, no programa Caminhos da Reportagem. A matéria é uma produção da TV Feira, afiliada da TV Brasil, sintonizada em Feira de Santana através do canal 2.1.
A equipe da TV Feira viajou para o interior da Bahia para mostrar no programa “Caminhos da Reportagem” outros tipos de samba de roda, que carregam tradições e histórias que têm passado de geração para geração.
Uma das paradas foi no Quilombo Matinha dos Pretos, distrito de Feira de Santana. Na tradicional festa religiosa “Queima da Lapinha”, o grupo Quixabeira da Matinha trouxe o samba de roda para a parte profana do evento.
O grupo foi criado pelo já falecido mestre Colerinho da Bahia e sua esposa, Chica do Pandeiro, há mais de três décadas. Guda Moreno, filho do casal, é quem está à frente da associação cultural hoje. Ele se orgulha das diferenças que o samba traz.
“O samba de roda é o único ritmo que é igual na diferença. Todo mundo vai fazer samba de roda, mas cada um vai fazer um samba diferente do outro. E estão fazendo samba de roda”, afirma.
Outro personagem da reportagem é o mestre Bule-Bule, como é conhecido Antônio Ribeiro da Conceição. Ele faz parte da Associação dos Sambadores e das Sambadeiras do Estado da Bahia (ASSEBA) e afirma que cada lugar traz consigo diferenças no samba de roda, que não se limitam a ritmos e instrumentos.
“A diferença do samba do litoral, do Recôncavo e o samba rural, o sertanejo, o samba catingueiro, é o conteúdo que você junta para fazer o samba, os elementos que cercam cada lugar. Para fazer o samba da beira-mar, fala de canoa, de remo, de rede, de peixe. No samba rural, você fala de cavalo, de gado, roçado, de feijão, de milho, de vaquejada”, explica.
A equipe do programa também foi até a comunidade Pitiá, no distrito de Retiro, zona rural de Coração de Maria, conhecer o grupo Jaqueirinha do Sertão. Criado há 21 anos, ele é encabeçado por um pedreiro que, sozinho, aprendeu a tocar vários instrumentos e passou o conhecimento para frente. “A diferença do samba chula, de Santo Amaro, para o da gente é que lá não tem alguns instrumentos, como o surdo, o timbal. É um samba com mais harmonia”, explica Antônio das Virgens.
A última parada da viagem foi em Ipirá. Lá, predomina o samba de roda rural, que tem um ritmo mais lento, tocado com prato, cuia, viola e pandeiro. Uma tradição que veio das fazendas e tem continuação nas pequenas cidades.
“O samba começou há muitos anos, já veio da era de meus avós, criado em fazenda, samba de roça, no mês de setembro, mês do cariru. Os mais velhos trouxeram a tradição. É o samba boiadeiro, o pessoal conhece como o canto de parede, e isso veio passando para os mais novos”, lembra Manoel Pereira