O cenário atual de crescente violência nas escolas pode mudar, se houver a adoção de estratégias que estimulem a politica de convivência, a intermediação de conflitos e a melhoria da vivência no ambiente escolar. A proposta é da pesquisadora e doutoranda em Educação pela Unicamp, Elvira Pimentel, convidada da Audiência Pública que aconteceu na Câmara de Vereadores de Vereadores de Feira de Santana sobre “Enfrentamento à violência nas escolas e creches”.
Às vezes, explicou ela, a violência também decorre de falhas existentes “dentro das próprias escolas”, como é o caso do descuido com a prática de bullying. Por isso, ela disse, é preciso adotar a cultura do cuidado, que promove continuamente o respeito ao outro e aos direitos humanos, e não a cultura da vigilância.
Na avaliação da pesquisadora, fatores como um maior tempo de exposição na internet e a retirada de temas de convivência pacífica da discussão na escola, contribuíram para o aumento e a banalização da violência. Dessa forma, defendeu, “voltar a inserir a temática nas disciplinas e currículo escolar” e definir um protocolo de prevenção, ajudará a construir a cultura do diálogo e da escola como “espaço de acolhimento”.
A audiência contou também com os representantes do Comitê de Segurança Escolar de Feira de Santana, do NTE (Núcleo Territorial de Educação), da Secretaria de Educação do Estado e outras pessoas envolvidas com a educação.
O presidente da Comissão de Educação da Câmara, vereador Jhonatas Monteiro (PSOL) avaliou como pontos essenciais abordados na audiência a necessidade de se adotar um protocolo comum de segurança nas escolas e a realização de um Seminário visando envolver mais a sociedade na discussão do problema.
“Me preocupa muito a falta de participação da sociedade local na construção das soluções. Isso não pode ficar restrito a profissionais da educação e segurança pública e é um equívoco como ouvimos aqui, se enveredar apenas na ideia de muro alto, cerca elétrica e detector de metal“, afirmou.