O IBGE divulgou na última terça-feira (11) uma queda na inflação oficial no mês de junho de 0,08% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15). Apesar disso, o valor da cesta básica em Feira de Santana subiu 3,23% no mesmo período e chegou a R$ 549,01 segundo pesquisadores da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
De acordo com o estudo ‘‘Conhecendo a Economia Feirense: o custo da cesta básica e indicadores socioeconômicos’’, o aumento no valor da cesta básica em junho interrompeu uma sequência de três meses seguidos de queda e foi puxado pelo tomate, que representa as verduras na cesta e teve alta de 35,56%. Além do tomate, o óleo de soja e a banana-prata também ficaram mais caros, com elevações nos preços de 4,95% e 1,89%, respectivamente. Os demais nove produtos que compõem a cesta apresentaram queda nos seus preços, com destaque para o feijão (-10,75%), a manteiga (-6,33%) e o café (-4,15%).
O estudo também mostra que no ano (janeiro a junho/23), a cesta acumulou alta de 6,16% e nos últimos 12 meses (jun/22 a jun/23), o valor da cesta subiu 5,33%. Nesse último período, sete produtos registraram aumento de preço, destacando-se a farinha de mandioca (38,88%), o tomate (24,67%) e a manteiga (10,8%). Já o óleo de soja e o feijão apresentaram as maiores reduções nos preços, -31,45% e -9,62%, respectivamente.
O estudo, que também analisa o impacto da cesta básica no orçamento das famílias, constatou que o almoço tradicional do feirense composto por arroz, feijão, carne e farinha correspondeu a 36,86% do valor da cesta básica de junho, percentual inferior ao observado em maio (39,28%). A redução observada nos preços de todos produtos consumidos no almoço explica essa queda na participação. Já o café da manhã representou 33,54% do custo da cesta, percentual ainda menor que o do mês anterior (35,47%).
No que se refere à participação dos alimentos da cesta no salário mínimo líquido vigente, constata-se que o trabalhador de Feira de Santana comprometeu 44,96% do seu ganho com a aquisição dos 12 produtos em junho. Trata-se de um comprometimento superior em 1,4 ponto percentual que o calculado em maio (43,56%). Para comprar os produtos da cesta, o trabalhador precisou trabalhar 98 horas e 55 minutos.
Já a queda do IPCA-15 nacionalmente se deveu principalmente à redução nos preços de Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%). Artigos de residência (-0,42%) e Comunicação (-0,14%) também registraram recuo nos preços no IPCA-15 de junho. A queda do grupo Alimentação e bebidas se deveu sobretudo ao recuo nos preços da alimentação no domicílio, com destaque para queda no preço do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Em transportes, as quedas ocorreram nos preços de automóveis novos (-2,76%) e dos automóveis usados (-0,93%), além dos combustíveis (-1,85%).
A discrepância se explica pelos diferentes pesos e composições dos dois indicadores. O IPCA-15 reflete o consumo médio das famílias brasileiras com renda entre um e 40 salários mínimos, incluindo produtos e serviços de diversos setores. Já a cesta básica é composta por 12 produtos alimentícios essenciais para a subsistência de uma pessoa adulta durante um mês.