Quando no início do século passado a peste bubônica atingiu a localidade do Jacu, na zona rural de Feira de Santana os moradores da Matinha dos Pretos assustaram-se. Uma moradora fez uma promessa para São Roque que se a epidemia não se alastrasse até a comunidade, um cruzeiro seria erguido em homenagem ao Protetor. E aconteceu: ninguém foi acometido pela peste. O Cruzeiro foi erguido e em torno dele foi se formando o arruado, que hoje é o povoado sede do distrito que abrange não só o Jacu mas outros povoados que se emanciparam do distrito de Maria Quitéria.
O Cruzeiro de São Roque continua de pé defronte a igreja da Paróquia Quilombola da Matinha, recém -criada pelo Arcebispado de Feira de Santana.
Ontem à noite (sexta-feira, 11) o Arcebispo Emérito de Feira de Santana, dom Itamar Vian, presidiu o Novenário em louvor desse padroeiro católico do lugar, São Roque, protetor, “principalmente das doenças contagiosas”, lembrou o Arcebispo na homilia que proferiu para uma igreja lotada em uma cerimônia solene e musicada por uma banda da Paróquia, localizada no coro da igreja.
Apesar de comunidade quilombola, a Matinha tem maioria católica, embora, como em toda a Bahia, o sincretismo religioso está presente. É bom lembrar, portanto, que, sincreticamente, São Roque é associado ao Orixá Omulu ou Obaluaê no Candomblé afro-brasileiro.