Demorou, mas finalmente a prefeitura da Feira de Santana tomou uma medida sobre o polêmico Shopping Popular, ali colado ao Centro de Abastecimento. Semana passada foi decretada uma intervenção que, obviamente, é apenas o primeiro de inúmeros passos necessários para viabilizar aquele entreposto.
A medida desagradou o grupo empresarial responsável pela parceria público-privada celebrada com a prefeitura. Como sempre, houve troca de acusações, conforme noticiou a atenta imprensa feirense.
É indiscutível que, hoje, o Shopping Popular é um retumbante case de fracasso. Boa parte dos permissionários saiu dali, foi buscar a subsistência em feiras-livres de bairro ou no comércio de rua, sabe Deus onde. Quem ficou – lá se vão três anos desde a pomposa abertura do entreposto – amarga prejuízos e poucas vendas porque, simplesmente, não há clientes.
Anunciado festivamente, cercado de inúmeras polêmicas antes até do início das obras, o espaço deveria converter-se num fervilhante centro comercial, reunindo comerciantes e consumidores da Feira de Santana e de dezenas de municípios do entorno. Não foi o que se viu. A remoção de camelôs e ambulantes esvaziou o centro da cidade e o Shopping Popular não atraiu o público que se supunha.
Daí a rancorosa troca de acusações entre prepostos da prefeitura e o grupo empresarial. Espichando o olhar à espera de clientes que nunca aparecem, os comerciantes talvez concluam que ambos os lados têm razão. Isso, no entanto, não resolve nada. É preciso agir e a palavra-chave – tão usual em iniciativas do gênero – é planejamento. Não restam dúvidas de que, até aqui, faltou planejamento. Com a intervenção por 180 dias, cabe à prefeitura a iniciativa de buscar soluções.
Quais serão essas soluções? O fato é que as taxas cobradas são exorbitantes, o fluxo de clientes é baixo e há nítidas dificuldades para atrair público. Pitorescamente, depois da obra pronta e funcionando, será preciso formular estratégias para torná-la sustentável. Depois do fim, é necessário retornar ao começo, mas, enfim…
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