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André Pomponet
segunda-feira, 13 de novembro de 2023 / Publicado em Colunistas, Destaques, Home

A palmeira imperial solitária na Froes da Motta

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Resta só uma palmeira imperial na Praça Froes da Motta. Antigamente eram várias – pelo menos cinco ou seis – e podiam ser vistas de diversos pontos da cidade, enfileiradas, simétricas. Afinal, a praça localiza-se num promontório suave, visível à distância. As palmeiras, então, destacavam-se sobre os oitis e sobre o casario baixo. Suas copas balançavam, graciosas, impulsionadas pelo vento.

Mas todas foram morrendo e resta uma única, que ninguém sabe quanto tempo vai durar. Por enquanto está firme, o tronco suavemente curvado junto à copa, a uns vinte metros de altura. A folhagem permanece pujante, protagonizando um contraste vívido com o azul impecável do céu desta primavera tórrida.

Em volta restam dois troncos, tristes, escuros, feitos símbolos fúnebres. Apodrecem, curvam-se e, em breve, imagino que serão removidos. Por enquanto, ainda são visíveis à distância, nas manhãs e tardes ensolaradas. Contracenam melancolicamente com a árvore que teima em sobreviver.

Na Feira de Santana de casario térreo de outros tempos, era divertido localizar as palmeiras imperiais, imponentes, destacando-se sobre as construções atarracadas do centro da cidade. Mas tudo foi mudando: as construções espicharam-se, ganharam diversos pavimentos, escondendo as árvores; e as palmeiras imperiais, por fim, foram fenecendo.

Antes das palmeiras, foi-se embora a vivacidade que alimentava a Froes da Motta. Ali era pouso de viajantes, pensões, pensionatos e hotéis baratos abrigavam uma fauna que emprestava vida às cercanias. Tudo bem que restam os pontos de embarque para Ipirá e Capim Grosso, mas o movimento declinou. Quando o comércio fecha e a noite cai, a desolação é mortificadora.

Essas observações, feitas a esmo, foram amontoadas numa manhã de domingo. Não sei exatamente a razão, mas as manhãs de domingo são favoráveis a essas observações. Talvez seja a atmosfera mais amena no centro comercial, pois é quando a cidade expira, exausta, refazendo-se da lufa-lufa mercantil.

O fato é que resta uma única palmeira imperial na Froes da Motta. Quem conheceu a praça noutros tempos não deixa de experimentar uma tristeza que se mistura à nostalgia vendo a árvore balançar, solitária, ao sabor do vento.

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André Pomponet
André Pomponet
Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2002), mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (2012), exerce o jornalismo desde 1995, quando ingressou no extinto jornal Feira Hoje. Posteriormente, atuou em outros órgãos de comunicação e foi Chefe de Redação da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Feira de Santana.É colunista do Blog da Feira.
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1 Comentário para " A palmeira imperial solitária na Froes da Motta”

  1. jedenir diz:
    13/11/2023 at 23:25

    Não é só as palmeiras , mas na maioria das árvores nos bairros da nossa cidade são eliminadas pela população e pasmem pela prefeitura de nossa cidade. É só dá uma circulada pela cidade.

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