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André Pomponet
quarta-feira, 13 de dezembro de 2023 / Publicado em Colunistas, Home

A lua à espreita na madrugada 

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Sempre tive disposição crepuscular. Não é que as alvoradas não me encantassem. Mas é que, costumeiramente, pouco me permiti vivê-las. Essa coisa de acordar antes do alvorecer – contrariando uma arraigada disposição da alma – sempre causou certa ojeriza, uma antipatia invencível. Mas eis que, numa dessas madrugadas insones, coloco-me de pé às quatro da manhã e, de supetão, puxo a cortina que encobre a janela.

Pois lá estava ela. A lua. Redonda, com seus ricos detalhes de porcelana, misteriosa, límpida, sedutora. O ocaso ia se aproximando com o fim da madrugada. Mas o astro ainda despejava uma luz alva que atravessava a janela e se refletia na parede oposta. O quarto, então, ganhou uns tons leitosos.

O mais magnífico, no entanto, era o silêncio que a lua impunha. Na verdade, nem era ela e sim as convenções sociais, as conveniências, o horário de repouso, porque nem todo mundo pode ser boêmio. Mas, de alguma maneira, é a lua que chancela essa quietude. Admirava-a, portanto, sisudo, quase intimidado.

Até aquele momento tudo era escuridão. A cidade era um manto de luzes espichando-se, mas, mais à frente, esmorecia, findava. No céu, mesmo com as estrelas brilhando nítidas, era impossível tanger o breu, dissipá-lo. Afinal, não havia ainda nenhum vestígio da barra do dia.

Mas – coisa espantosa! – alguns pássaros já pressentiam o alvorecer. Cantavam a partir do negrume das copas das árvores catingueiras. Entre os pios, destacavam-se os trinados magistrais dos sabiás. Como reconforta ouvi-los novamente, já prenunciando o verão! Vá lá que a estação é tórrida, mas como são intensas suas cores! E como os sabiás emprestam vida!

O êxtase só arrefeceu com as primeiras luzes da manhã. Belas, mas elas trouxeram os primeiros roncos dos motoristas, a estridência das primeiras buzinas e, também, os primeiros pedestres. Alguns eram trabalhadores, apressados; outros, atletas aproveitando o começo da manhã.

Nas emissoras de rádio, os crimes do final de semana e os incontáveis problemas urbanos decretavam que, de fato, o momento mágico expirou e que é hora de mergulhar na rotina…

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André Pomponet
André Pomponet
Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2002), mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (2012), exerce o jornalismo desde 1995, quando ingressou no extinto jornal Feira Hoje. Posteriormente, atuou em outros órgãos de comunicação e foi Chefe de Redação da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Feira de Santana.É colunista do Blog da Feira.
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