×
Blog da Feira
  • Cidade
  • Cultura
  • Colunistas
  • Política
  • Distritos
  • Quem somos
Blog da Feira
  • Cidade
  • Cultura
  • Colunistas
  • Política
  • Distritos
  • Quem somos
Avatar photo
André Pomponet
quarta-feira, 12 de junho de 2024 / Publicado em Colunistas, Home

O cuscuz na dieta baiana

Compartilhar:

  • WhatsApp
  • Facebook
  • Bluesky
  • Twitter
  • Telegram
  • LinkedIn
  • Threads
  • Mais
  • Imprimir
  • E-mail
  • Reddit
  • Tumblr
  • Pinterest
  • Pocket

O tema veio à tona durante uma conversa com o jornalista Jânio Rêgo. Foi em janeiro, era tarde de sábado. No palco do Mercado de Arte Popular, apresentações de reggae. Nas mesas em torno do palco, acumulavam-se litrinhos e litrões. O povo saboreava ensopado, sarapatel, maniçoba, mocofato, feijoada; cantava acompanhando os cantores; dançava em torno das “colunas toscanas intocadas” que sustentam o centenário mercado.

Num balcão envidraçado, generosas porções de cuscuz eram servidas. Lembrei, então, de como, costumeiramente, se comia cuscuz aqui na Bahia em minha infância remota. Era servido no café da manhã ou no desjejum noturno, em fatias sólidas às quais se adicionava manteiga ou margarina.

Numa viagem ao Ceará – nos últimos anos do século passado – fui apresentado ao cuscuz como se costuma consumir hoje por aqui, esfarelado, substituindo a farinha de mandioca no almoço. Foi num restaurante à margem da estrada, na empoeirada BR 116, bem ao Sul do Ceará. Pode ter sido em Brejo Santo, ou mais ao norte, em Russas, sei lá.

Sei que, vendo todo mundo servindo-se de cuscuz, feijão, arroz e galinha cozida, tratei de acompanhar o cardápio. Não foi difícil a experiência, o cuscuz ainda vinha temperado com coentro. Em viagens posteriores àquele estado, nos agitados anos de movimento estudantil, o prato se repetia.

Notei também que, nos anos seguintes, o cuscuz foi se firmando na dieta do baiano. Haverá, aí, nesta predileção, alguma relação com a queda no consumo da farinha de mandioca nas últimas décadas? A migração teve algum impacto nessas mudanças? É um bom tema para uma pesquisa robusta, dessas de render manchetes.

O fato é que, pela Feira de Santana, o cuscuz acompanha o ensopado de boi, de carneiro, de bode, de frango, o sarapatel, o mocofato, o ovo frito, até mesmo a feijoada. Junto com a farinha de mandioca – mais associada à Bahia e aos baianos – é um dos símbolos maiores da culinária nordestina.

No Centro de Abastecimento, nas feiras-livres, nas barracas que servem prato-feito no centro da cidade, sempre se vê o cuscuz, quase onipresente. Destaca-se também nas tabuletas que anunciam cardápio e preços, despertando a clientela. O cuscuz protagonizou uma silenciosa revolução culinária e, hoje, aproxima a Bahia ainda mais dos estados do Nordeste.

  • Sobre
  • Últimos Posts
André Pomponet
André Pomponet
Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2002), mestre em Administração pela Universidade Federal da Bahia (2012), exerce o jornalismo desde 1995, quando ingressou no extinto jornal Feira Hoje. Posteriormente, atuou em outros órgãos de comunicação e foi Chefe de Redação da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Feira de Santana.É colunista do Blog da Feira.
André Pomponet
Últimos posts por André Pomponet (exibir todos)
  • É salutar discutir a Micareta - 14/05/2025
  • Um “Quarteirão Cultural” para a Feira - 24/04/2025
  • Uma notícia alvissareira - 22/04/2025

Compartilhar:

  • WhatsApp
  • Facebook
  • Bluesky
  • Twitter
  • Telegram
  • LinkedIn
  • Threads
  • Mais
  • Imprimir
  • E-mail
  • Reddit
  • Tumblr
  • Pinterest
  • Pocket

Relacionado

Privacy & Cookies: This site uses cookies. By continuing to use this website, you agree to their use.
To find out more, including how to control cookies, see here: Política de privacidade

Arquivos BF






Blog da Feira: Jornal de Notícias de Feira de Santana

© 2023 Janio Costa Rego Comunicações - Todos os direitos reservados
Política de Privacidade

TOP
Blog da Feira