
Enquanto manequins dormem nas portas e corredores escuros dos boxes do tal shopping popular, a calçada da Praça do Tropeiro está repleta de frutas e verduras numa feirinha que existe desde antes da morte daquela parte do Centro de Abastecimento ocupado pelo tal shopping.
Muito por isso, pela atmosfera única de feira-livre, festa de largo, de comunidade, o Samba na Praça do Tropeiro tem atraído cada vez mais gente que cai no samba forrozado do maestro da festa, o sanfoneiro Luizinho Gonçalves, Luiz de Ipuaçu, dos 8 Baixos, Luizinho Pé Quente do Forró, tantos nomes, tantas músicas e alegria. O som instalado debaixo da lona de extensão de um dos inúmeros boxes, zabumbeiro exclusivo, pandeiros por todo lado, tambor, reco reco, bandolim, cavaquinho, Zé das Congas, Djalma Ferreira, Uyatã Raira, Bel da Bonita, Asa Filho, Shalom , Baio do Acordeon, Zé de Alice, tantos artistas, gente da cultura, políticos, empresários, pacientes do CRAS, morador do albergue noturno, gente em situação de rua, feirantes, ambulantes e até comerciantes do tal shopping. O couro come, é como uma Jam Session rústica e comovente na sua miscigenação social.
Esses boxes da Praça foram construídos num dos governos de Zé.7 como alternativa para os barraqueiros das calçadas da Marechal. Faz tempo! De lá pra cá já aconteceu muita coisa, a estátua do Tropeiro e da Mula Madrinha foram salvas por um artista ambulante de passagem por Feira, segundo registrou o publicitário e artista Vivaldo Lima, e Colbert autorizou, ainda na interinidade da vice-Prefeitura, a construção de um anfiteatro ao ar livre, nos moldes do que existiu no interior do Centro de Abastecimento, no primeiro local a ser demolido para o tal shopping: os galpões do artesanato.
foto: jornalista Dandara Barreto, no Samba da Praça do Tropeiro, segunda-feira, dia 27 de janeiro de 2025.
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