
Não há informações mais recentes, mas não deixa de ser boa notícia: entre 2010 e 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita da Feira de Santana registrou algum incremento acima da inflação. Ou seja, aumento real. O PIB é a soma de bens e serviços gerados ao longo de um intervalo (um ano) em determinado local (no caso, Feira de Santana). O per capita vem do latim e significa “por cabeça”.
Isso mostra que, apesar do período econômico turbulento, o município cresceu em termos reais. Em 2010 o PIB per capita era de R$ 12.895,97. Onze anos depois totalizou R$ 27.691,08. No período, a inflação alcançou 102,81%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA. Ou seja: o valor corrigido pelo índice alcançaria R$ 26.154,74.
A Feira de Santana, porém, obteve um desempenho melhor em termos per capita. Pouco melhor, é verdade: a diferença ficou em R$ 1.536,34 em valores reais. Isso significa que, na média, o feirense passou a embolsar esse montante a mais em 11 anos.
O cálculo, porém, exige observações. Como se trata de média, não considera os impactos por segmentos econômicos, nem por classes. Patrões, empregados e autônomos – para simplificar bem – embolsaram o mesmo montante? O cálculo não traz resposta para a indagação. Profissionais liberais e servidores públicos participaram isonomicamente deste incremento real?Também não há resposta.
O fato é que a soma de riquezas da Feira de Santana cresceu a um ritmo superior ao da sua população. Isto, em si, é uma boa notícia. Estudos mais específicos seguem necessários para desvendar quem ganhou o quê e quanto. Assim funciona a ciência econômica.
Fora dela, porém, pode-se especular, sem compromisso científico. Por exemplo: provavelmente a construção civil contribuiu para esse desempenho favorável. Afinal, bairros inteiros foram erguidos ao longo destes anos, num boom vertiginoso. Mas é necessário quantificar.
Note-se que o PIB per capita feirense cresceu num período de intensas turbulências. O desempenho foi robusto até 2014, mas a terrível recessão de 2015/2016 diluiu parte do ganhos; mais à frente, houve o crescimento medíocre no triênio 2017/2019, até a pandemia, em 2020, que produziu uma brutal contração na atividade econômica.
Não deixa, portanto, de ser uma boa notícia essa elevação do PIB feirense. Obviamente, cabe a pergunta: para quem? Mas esta discussão vai além dos limites deste texto. No entanto, é muito pertinente; assim como saber como – a partir daqui – a Feira de Santana pretende dinamizar sua economia, promovendo desenvolvimento e inclusão.
Mas isso é tema para outro texto. Aliás, vários outros textos.
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