
“Considerando a comunicação feita a esta Casa pelas Forças Armadas, por intermédio do Comando das tropas do Exército aqui sediadas” a Câmara de Vereadores de Feira de Santana declarou o ‘impedimento’ do Prefeito de Feira, Francisco Pinto dos Santos, Chico Pinto. Esse foi o teor da curta Resolução legislativa emitida e promulgada naquele 8 de maio de 1964, assinada pelo então vice-presidente em exercício da Presidência, Godofredo Leite, o primeiro secretário, advogado Hugo Navarro e o segundo secretário, Newton Carneiro, os dois primeiros já falecidos.
O então presidente da Câmara, Joselito Amorim, não assinou a Resolução, pois logo em seguida seria o interventor, escolhido pela Ditadura, para ocupar o cargo até a próxima eleição quando João Durval tornou-se o primeiro prefeito eleito no período ditatorial.
Esse documento encontra-se no arquivo da Câmara e nos dossiês organizados pela Comissão da Verdade que também pesquisou as torturas cometidas em feirense presos pelos militares, com auxílio de civis, muitos desses ocupando funções de destaque no comércio e instituições da cidade.