
Em 2016 a Agência Nacional de Saúde iniciou uma campanha nacional para estimular os partos normais em face do número exagerado e desnecessários de cesarianas executadas nas maternidades do Brasil. Em 2018, mesmo com a campanha em curso, a agência observava que 55,85% das cesáreas realizadas no país ocorreram antes do trabalho de parto. A luta pelo parto normal nem sempre tem resultados positivos pois envolve não apenas a conscientização das mulheres mas ambição e ganância de médicos que induzem as parturientes, às vezes provocando medo e sem indicação clínica, a anteciparem o nascimento do bebê por meio da operação cesárea. O preço de uma cesária é superior ao que o SUS paga pelo parto normal.
Na Bahia, em 2024, mais da metade dos partos foram cesarianas. Os dados são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) em um estudo onde descreve o perfil das mulheres que se tornaram mães ano passado no estado.
Em 2023, as mulheres em idade fértil somavam 4,6 milhões de pessoas e representavam, aproximadamente, em torno de 1/3 da população total. Considerando apenas a população do sexo feminino, aquelas que tinham entre 10 e 49 anos respondiam por 59,5%.
Neste grupo social, 160,9 mil tornaram-se mães na Bahia em 2024 — isso não significa que essa foi a primeira maternidade da mulher, mas que naquele ano houve o nascimento de, ao menos, um filho vivo. Mais da metade dessas mulheres tiveram parto cesáreo, ou seja, 52,6% delas. Entre os filhos nascidos vivos, a maioria era do sexo masculino, o que equivalia uma razão dos sexos de 104,5. Isso significa dizer que de cada 100 meninas nascidas vivas na Bahia em 2024, nasceram 104 meninos.