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Maria Cristina Machado de Carvalho
sexta-feira, 18 de julho de 2025 / Publicado em Cidade, Destaques, Home

Cultura das benzedeiras no bairro São João do Cazumbá

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O ato de benzeção comum na cultura do bairro de São João do Cazumbá, em Feira de Santana, é característica da religião católica popular que revela uma diferença não só de classes, mas  também étnica. A doença deixa de ser apenas um estado biológico da pessoa, mas  relacionada ao mundo sobrenatural e espiritual. Entidades espirituais, o olho gordo (mau-olhado) e a feitiçaria podem provocar doenças como cansaço, dores de cabeça, dores no corpo, sonolência, perturbações psíquicas e outras.

As agentes das práticas de cura – as benzedeiras – para exercer seu serviço dão importância à ideologia mágica e religiosa da cura. Oliveira (1985b) sugere que a benzeção é uma prática e representação do catolicismo popular. Segundo este autor o objetivo desta prática é reproduzir a cura para as doenças tidas como incuráveis que se manifestam em pessoas ou animais decorrentes de mau-olhado, de violação de um interdito ou de uma maldição.

Dona Nieta (Maria Antonieta, clique aqui) em seu depoimento conta que todas as pessoas doentes de mau-olhado e ar do vento , vão a ela para serem rezadas. Segundo a participante não há doenças oriundas dos males citados que sua reza não extraia.

O ato de benzer significa um ato de chamar sobre a pessoa benzida a bênção do céu. Oliveira (1985a) caracteriza como um ato de súplica, de imploração, de pedido aos deuses para que eles produzam benefícios aos mortais. Sendo assim, a autora define ainda mais claramente a bênção como um instrumento pelos quais os homens produzem serviços e símbolos de solidariedade para si e para os sujeitos da classe social da qual fazem parte. A bênção tem sentido múltiplo pode estar presente na vida de pessoas diferentes: “pais benzem filhos, tios benzem sobrinhos, (….) Qualquer profissional do sagrado, seja padre, capelão, rezador e rezadeira de terços, de ladainhas ou de outros tipos de reza, benzedeiras, e até parteiras, todos benzem.” (OLIVEIRA, 1985a: 10)

A bênção como um ato presente nas relações sociais, especialmente, quando a consideramos em seu caráter religioso aparece como um ato cultural sobre o qual a sociedade utiliza como uma estratégia para resolver seus problemas.

As benzedeiras através de seu ofício promovem cura utilizando símbolos religiosos que, por sua vez, age como um instrumento de intervenção no processo histórico-social. Ao longo da história elas (benzedeiras) foram perseguidas. Acusadas como bruxas na Idade Média foram caçadas, aprisionadas, castigadas e executadas. No século XVIII o fato passou a ser visto como uma manifestação de histeria a ser tratada no hospital. No século XIX a medicina passa a dominar o controle das doenças onde criou uma ampla forma de controle social.

Maria Cristina Machado de Carvalho é Doutora em História Social; o texto acima foi extraído do trabalho “BENZIMENTO E CURA NA COMUNIDADE DE SÃO JOÃO DO CAZUMBÁ”, publicado na revista de Caos, de Ciências Sociais

foto: ARQUIVO/BF

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