Em 2012 quando conheci Maria Antonieta (alguns a chamavam de Niêta, outros de Tiêta) ela sonhava com uma creche para as crianças que sempre são muitas em São João do Cazumbá.
Eu não conhecia ela e nem o lugar e tudo foi por acaso. e por acaso, e diversão, fui sabendo que ela era a rezadeira dali, a conselheira, avó de todas as crianças, mestra de todos os adultos. uma referência.
Voltei lá outras vezes pra falar com ela e ver o bairro diferente que me atrai.
Mas fiz isso muito menos do que deveria…essa pitada ardente de remorso me veio quando soube, domingo, do encantamento pela boca de crianças que brincavam perto da casa onde ela morava.
desde que a conheci ela já não dizia mais a idade certa. talvez já estivesse chegando nos 100. morreu ano passado em plena pandemia, de um câncer, me disseram.
Era uma mulher simples e pobre como o lugar, São João do Cazumbá.
Esse bairro tem histórias. E está em uma localização insólita:
as três ou quatro ruas e a ‘avenida’ que chega à capelinha amarela estão no meio da área industrial de Feira de Santana, conhecida como CIS, o Centro Industrial Subaé.
São residências cercadas de indústrias por todos os lados e isolado do resto da cidade pelo Anel do Contorno. Se fosse um país, seria um enclave esquecido.
Falar de Antonieta é falar de São João do Cazumbá.
São João do Cazumbá, ‘sub-bairro’ do Centro Industrial de Feira