
O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, revelou suas preocupações à embaixadora da Alemanha no Brasil, Bettina Cadenbach, com relação a possíveis impactos das tarifas comerciais recentemente anunciadas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, especialmente o café. “As conseqüências podem ser mais graves do que o imaginado”, afirmou o titular da SJDH no encontro realizado na manhã desta segunda-feira (28), na sede da pasta, no CAB.
Em consonância com as impressões da Embaixada Alemã no Brasil, o secretário entende que o “tarifaço” americano pode atingir um patamar que vai além de prejudicar a competitividade do café brasileiro. Mais do que os reflexos econômicos, ele alerta para os efeitos sociais e trabalhistas dessa decisão nas zonas rurais, onde trabalhadores já enfrentam riscos de precarização e, em muitos casos, de trabalho análogo à escravidão.
Freitas afirma que o Governo da Bahia mantém vigilância permanente diante dos desdobramentos da política internacional sobre o trabalho decente no campo. “Mesmo com a instabilidade que vemos nas ações do governo americano, na figura do presidente Trump, nós, da SJDH, estamos em observância e alinhados com as demais ações do Governo do Estado e do Governo Federal para conter os possíveis prejuízos. Não podemos permitir a precarização das condições de trabalho no setor agrícola diante deste cenário”, pontuou.
A embaixadora endossou as críticas do secretário à medida dos EUA e destacou que a Alemanha acompanha de perto as repercussões do embate comercial. “A comunidade alemã está em alerta e preocupada com os possíveis reflexos das tarifas americanas nas relações de trabalho da cadeia produtiva brasileira. Não queremos colaborar indiretamente com o trabalho escravo ao consumir produtos cultivados nessas condições”, declarou Bettina. A Alemanha é, atualmente, o maior consumidor mundial do café brasileiro e tem buscado parcerias com produtores éticos e sustentáveis.