
Não entendo muito de astrologia, planetas, mapa astral e afins, mas gosto do tema. Sou pisciana e concordo com muito do que dizem. É simpática a ideia de que tudo tem a ver com tudo e que determinados fenômenos ao acontecerem interferem em nossas vidas à nossa revelia. Esse prelúdio é só para dizer que só pode ter acontecido algo muito sério no firmamento para que, num curto espaço de tempo, nascessem tantos cantores/compositores cujo talento parece jorrar como um outro Maná do céu para alimentar nossa alma. Olhem distraídos por alguns minutos para os céus dos anos 40, como podemos explicar que num intervalo que cobre uma década, um trisco no papel para a História, tenha brotado no mesmo país, no mesmo estado (é a Bahiiia) e até na mesma barriga (Bendita Dona Canô) tantos astros cujo talento é ultra, mega, supra estrelar com variações de frequência quantitativa e qualitativa. Só algo muito inexplicável pode ter feito existir essa constelação. Que alinhamento cósmico foi esse, minha gente?! Creio que não acontecerá de novo, ao menos ainda não vi nada semelhante no que veio depois dessa conjugação de talentos. É claro que outras estrelas brilharam e brilham desde então, mas nessa proporção me parece algo que não se repete. Dessa constelação que chamo de Chão de Estrelas, em alusão à uma música linda de Orestes Barbosa cantada por Nelson Gonçalves, alguns já partiram para o Grande Mistério, já pegaram o trem das 7, mas continuam vivos na nossa eterna play list. Outros, para nossa sorte, ainda estão vivíssimos e produtivos. Toda lista é sempre afetiva, pessoal e incompleta, a ordem é aleatória, mas vamos lá: Bethânia, Caetano, Gil, Chico, Gal, Raul, Tom Zé, Ney, Djavan, Milton, Elis, Gonzaguinha, Alceu, Fagner, Dominguinhos, Zé Ramalho, Erasmo, Clara Nunes, Emílio, Simone, Geraldo Azevedo, Jorge Mautner, Alcione, Ivan Lins, Reginaldo Rossi, Agepê, Roberto Carlos, Benito, Belchior, Paulinho da Viola! Não se trata de meia dúzia, mas de duas dúzias e meia de raro, raríssimo talento !
” A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
E tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar
E o violão”
Alana Freitas El Fahl, Professora de Literatura e doida por música brasileira boa!
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