
Recentemente, com a exoneração de três assessores de confiança do atual secretário de Educação, vice-prefeito Pablo Roberto, circularam rumores, nos bastidores do Paço Maria Quitéria, de que as exonerações teriam ligação com “uso indevido” de chromebooks da Prefeitura. Se houve mesmo alguma irregularidade, essa não veio a público oficialmente, foi abafada, mas a menção aos equipamentos levou o BF a uma dedução lógica, de que existem chromebooks em estoque, e a perguntas naturais: eles foram distribuídos com quais escolas e qual a quantidade destinadas a cada unidade?
A história da compra desses equipamentos começou há exatos quatro anos, em setembro de 2021, quando a Prefeitura de Feira de Santana pegou uma “carona” numa licitação de 43 milhões de reais, de um consórcio intermunicipal da área mineira da SUDENE para a compra de equipamentos de informática a serem fornecidos pela empresa Kona Indústria e Comércio Ltda. Na época, a então secretária de Educação de Feira, Anaci Paim, anunciou que seriam adquiridos, (omitiu a adesão ao consórcio mineiro) 17 mil chromebooks (tipo de notebook com características adequadas à Educação) que seriam distribuídos com as escolas municipais. Apesar da importância pedagógica e do volume da compra, durante todo o restante do governo Colbert Filho não se falou mais nos equipamentos: nem se eles foram entregues no prazo estabelecido (set/2022) nem se foram distribuídos nas escolas. A ex-secretária não atendeu nosso pedido de informações sobre o assunto
Questionado sobre os chromebooks o secretário Pablo Roberto confirmou a existência deles no estoque. Ainda existem 634 de 15 mil comprados (e não 17, como foi anunciado por Anaci…). E afirmou que todas as escolas foram contempladas e que a Secretaria está atualizando, desde o início de agosto, o inventário das escolas, quando então saberá quanto coube a cada uma delas. Pelos números fornecidos por ele, foram distribuídos 14.636 com 206 escolas. Se a divisão foi equânime, cada uma terá recebido mais de 40 chromebooks!
Estão em uso? Eis a questão: escolas escolhidas aleatoriamente pelo BF (das quais omitimos os nomes por razões óbvias) , informaram que não receberam os equipamentos ou que ainda não foram utilizados por falta de treinamento adequado.
Não é preciso ser especialista em investigação para afirmar que essa história dos chromebooks está obscura, faltando transparência. É preocupante que um volume tão grande empregado em equipamentos modernos não esteja dando retorno pedagógico visível. Talvez seja necessário um esclarecimento de parte do próprio prefeito Zé Ronaldo, que segundo os rumores já referidos, teria tomado conhecimento do imbróglio.