Mais um ano, mais um ciclo. Mais uma volta completa nesta roda da vida em que sigo sentindo, aprendendo e crescendo.
Em 22 de outubro eu nasci — numa Feira de Santana que, à época, abrigava semanalmente a maior feira livre do Brasil.
Já há muito tempo essa grande feira deixou de existir.
A cidade mudou, cresceu, se desenvolveu — e muito do seu patrimônio histórico se perdeu.
Essa perda nos lembra que desenvolvimento, sem memória, é mutilação: por isso, me fortaleço nas minhas raízes e no compromisso com a memória coletiva.
Quando penso nesse lugar que tanto amo, percebo que, assim como ela, eu também mudei. Tornei-me melhor em muitos aspectos, mas ainda tenho muito a crescer. Como a cidade, eu me transformo e sigo crescendo. Diferente dela, cada vez mais me conecto às minhas raízes, à minha história.
Entendo que nenhuma árvore se ergue grande sem antes fortalecer suas raízes — e eu sigo assim:
olhando para frente, mas com os olhos atentos à minha própria história.
E assim tenho crescido, ano após ano.
Assim como a cidade onde nasci, me transformo a cada dia.
Levo comigo as memórias do que vi e vivi — e me transformo.
Aprendo e cresço a cada ciclo da minha existência.
E, apesar das quedas, das pedras e das pedradas que recebemos pelo caminho, sigo crescendo.
Faço de cada momento — bom ou ruim — um impulso para ser alguém melhor.
Crescer sempre, mesmo quando as dores e angústias me levam às lágrimas,
mesmo quando penso em desistir — sigo.
Teimosamente sigo: aprendendo e crescendo.
Ano após ano, tenho mais consciência do muito que ainda há por conhecer, aprender e transformar em caminho para mais crescimento.
Porque, para mim, assim é a vida: um constante aprendizado que nos impulsiona a crescer.
Aquela Feira de quando eu nasci já não existe. E aquele bebê que um dia fui cresceu, virou criança, atravessou a adolescência,
aprendeu cedo a conviver com as perdas — e nunca desistiu de seguir aprendendo e crescendo.
E assim me tornei homem.
Cada dia mais ávido por aprender, por conhecer, por crescer.
Entendendo que preservar memória é ação; por isso, guardo e nutro minhas raízes.
E sigo — enfrentando o mundo, voando cada vez mais pleno e certo do que sou, do que quero e do que não quero.
Olho o mundo com olhos de menino: desejando o belo e lutando para construir um lugar melhor — para mim e para os meus.
A cada lição que a vida me oferece, aproveito para aprender e crescer.
Porque, assim como o mundo que quero melhor, eu também me construo, me despedaço e me reconstruo —
nunca parando de aprender para continuar crescendo.
Porque, para mim, viver é isto:
olhar atento, sentir aguçado, amar emocionado, ouvir com paciência e discernimento,
aprender sempre e crescer a cada dia.
Feito menino curioso — assim eu sigo.
🌿 Agradeço a Deus e aos meus ancestrais por mais um ciclo de aprendizado e crescimento.
Feira de Santana, Bahia, 22 de outubro de 2025.
— Jamil Souza
@jamil.souza.ba é professor e comunicador


