A diversidade religiosa é maior na Feira de Santana do que na Bahia e no Brasil. É o que atestam números do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, divulgados há alguns meses. Esta diversidade, a propósito, é fruto do encolhimento da quantidade de católicos. Esses diminuíram em função do expressivo crescimento do rebanho evangélico por aqui.
Os católicos representam 47,2% da população feirense, ou 249,7 mil pessoas. Isto significa que, pela primeira vez, os católicos não constituem a maioria absoluta da população feirense. Vale destacar que, no levantamento do IBGE, são consideradas pessoas com idade superior a 10 anos.
Em termos absolutos, o número de católicos vem caindo na Feira de Santana. Eram 334 mil em 1991, reduziram-se para 327 mil em 2000 e, dez anos depois, tornaram-se 318 mil, alcançando os já mencionados 249 mil em 2022. Note-se que, nesses mais de 30 anos, a população feirense passou de 406 mil para 616 mil, conforme a contagem populacional do IBGE.
A quantidade percentual de católicos na Feira de Santana é inferior às da Bahia e do Brasil. No estado, 57% se declarou católica no Censo de 2022. No Brasil, um pouco menos: 56,7%. Ou seja: a quantidade de católicos na Feira de Santana é, percentualmente, quase 10% inferior às da Bahia e do Brasil. Como já mencionado, a redução se deve à expansão na quantidade de evangélicos.
Os evangélicos são 31,3% da população feirense, o que corresponde a 169,3 mil pessoas. É um percentual bem superior à quantidade que se verifica na Bahia (23,4%) e, em menor escala, no Brasil (26,9%). Em números absolutos, a evolução impressiona: eram 27 mil em 1991, passaram a 80 mil dez anos depois, chegaram a 108 mil em 2010 para, por fim, alcançarem a quantidade atual.
O número de pessoas que se declaram sem religião oscilou pouco de um censo para outro: eram 68,3 mil em 2010, alcançando 71,2 mil no censo mais recente, de 2022. Pode-se afirmar que, na Feira de Santana, o percentual dos sem religião declinou no intervalo, interrompendo uma trajetória ascendente. Afinal, eram 31,4 mil em 1991, saltaram para 51 mil no Censo de 2000 e chegaram aos mencionados 68,3 mil uma década depois.
Em suma, a expansão evangélica se deu em função da redução no número de católicos – sobretudo – e da redução relativa dos que se declaram sem religião. Diversas razões devem explicar os números, que exigem aprofundamento, estudos. Mas algumas hipóteses podem ser apontadas. Indicá-las, porém, fica para o próximo texto…
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