
Uma das marcas do distrito rural de Bonfim de Feira é a religiosidade. Na sede do distrito, o templo do Catolicismo é um orgulho dos moradores e está sempre em limpeza e cuidados principalmente para a festa anual, em maio, dedicada ao padroeiro.
Mas é também conhecido pelo Candomblé atuante, com grande quantidade de terreiros de caboclos que existem e existiam na região. O mais famoso dos líderes, mesmo já falecido, continua sendo João de Jenipapo.
“Seu João do Jenipapo, líder máximo do “Candomblé Católico” de Bonfim de Feira, teatraliza a sua aparição com grande preocupação cênica. Começa o ritual com o silenciar do Samba. Em seguida, ele desce a escadaria da casa empunhando a bandeira de São Jorge, acompanhado de filhos e filhas do Terreiro que trazem as de Santa Bárbara. Aproxima-se da Roda de Caboclos e pronuncia sua mensagem dirigida a todos os presentes, fiéis ou não. Veste uma indumentária que parece com os paramentos de um Bispo”.
A descrição acima está no livro “Feira de Encantados”, do antropólogo Ronaldo Senna, editado pela Universidade Estadual de Feira de Santana, e que faz um ‘apanhado’ de manifestações da presença afro-brasileira não só no distrito de Bonfim mas em outros lugares de Feira de Santana. Bonfim se destaca por essa grande afinidade do Terreiro de João do Jenipapo com o catolicismo.
As festas na fazenda ‘Santa Bárbara’ , de João do Jenipapo, atraiam milhares de pessoas a Bonfim de Feira e na ‘procissão’ havia sempre a presença de políticos e figuras influentes do Estado. Era certa a presença do Prefeito de Feira de Sant’Anna. O ‘Velho João” ainda é muito lembrado pela população.
A Fazenda Malhada, do vidente católico Pedro Régis, onde as romarias a Nossa Senhora da Paz acontecem, não está exatamente localizada no território de Bonfim de Feira mas, como diz o sertanejo, ‘é mesmo que ser’, pois está às margens da estrada que dá acesso ao distrito, pouco mais de 12 quilômetros que há muito tempo não recebe uma boa manutenção.
Esse trecho liga Bonfim de Feira à ‘Estrada do Feijão”, uma rodovia estadual que se liga à BR 116 para então chegar em Feira de Santana.
No governo do feirense João Durval foi dado nome a esse trecho que sofreu uma das suas maiores intervenções, e depois em 2002, no governo de Otto Alencar. Há cerca de cinco anos, o Derba fez um recapeamento mas a estrada é alvo de reclamações constantes, como essa.