O impasse entre os professores das universidades estaduais e o governo da Bahia desaguou num movimento onde o ressentimento move as partes em disputa. O ressentimento é bilateral.
De um lado, o governador Rui Costa que, ressentido com declarações principalmente do reitor Evandro do Nascimento (UEFS), radicalizou as ações contra a greve, cortou salários e contra-atacou com fortes críticas às gestões das quatro universidades estaduais da Bahia.
Do outro lado, os professores acuados pelo poder governamental, com propostas salariais que, caso aceitas, gerariam um efeito dominó na folha de pessoal do Estado, resolvem manter uma greve que já dura quase 60 dias.
Mas ainda tentam um ‘pulo do gato’: protocolam hoje no Gabinete do Governador uma contraproposta na tentativa de retomar a negociação ‘urgentemente’. Mas o ‘gato’ pode quebrar uma perna.
As possibilidades de Rui Costa reabrir a negociação não são animadoras. Mas o professorado parece não estar mais movido pela razão, mas pela emoção.