Diante do debate político em Feira de Santana sobre a construção do shopping popular e retirada de camelôs, vendedores ambulantes, do centro da cidade, o geógrafo, professor universitário e ex-vereador pelo PT, Marialvo Barreto botou para fora sua ‘veia poética’ e opinou sobre o assunto em versos de cordel que publicou em página no Facebook.
Cordel
A Feira sem camelô!..
Autor: Marialvo Barreto
Quem tem o nome de feira
Não recusa a sua história
Pois perdido fica o povo
Que destrói sua memória
Do barraqueiro vendendo
Mesmo do rapa correndo
Pode se cantar vitória
Assim a Feira se fez
Com o trabalho ambulante
Das feiras livres sortidas
Também com comerciante
Quem tentar isso acabar
Eu juro vai se lascar
Pois é um erro flagrante
Tem a ladeira do centro
Que faz sofrer o peão
Empurrando a galiota
Carregada de feijão.
Verdura, manga e umbu
Tem até mel de uruçu
Das bandas do Riachão
De Noratinho da Pamonha
Nunca vou me esquecer
Fazendo pamonha boa
Para na rua ir vender
E eu comprando contente
Pamoinha ainda quente
Era grande o meu prazer
É o comércio de rua
Quem mais emprega na Feira
Na segunda a feira é gorda
E a venda é bem maneira
Vende a loja e o barraqueiro
E até Mané marreteiro
Recheia sua carteira
Tem loja e shopping bonito
Carrinho de mão e balaio
Tabuleiro na calçada
Eu tropeço mais não caio
Milho assado e fogareiro
Fazendo seu fumaçeiro
Começa no mês de maio
A sulanca melhorou
Agora é jeans e malha
Manequim no meio da rua
Por onde a roupa se espalha
Tem sapato de primeira
Bancada de macacheira
Produto que não encalha
Querer negar tudo isso
É coisa de traidor
De quem tem raiva de pobre
E é metido a doutor
Eu gosto de ver é vida
E minha cidade unida
Com a força do camelô