A nossa Princesa não é bem vista pelos governantes do estado desde sempre, olhos e recursos não são destinados para o segundo município do estado em população e importância.
No ano de 1970 o prefeito de Feira de Santana, época da ditadura militar, era Nilton Falcão, do mesmo partido do governador ACM (Antonio Carlos .Magalhães). Devido à briga acirrada com o ‘Jornal da Bahia’, propriedade do irmão dele, João Falcão, ACM resolveu perseguir toda a família e consequentemente o município de Feira de Santana.
Em 1972 o candidato de ACM a prefeito de Feira de Santana era João Durval (Arena) contra José Falcão da Silva (MDB)que por coincidência possuía o mesmo sobrenome do então prefeito, mas nenhum vínculo familiar.Falcão venceu e aumentou o desprezo dos “filhos da ditadura” por Feira de Santana.
Depois, o governador nomeado foi Roberto Santos que nada fez pela Princesa…volta ACM, mas as urnas tinham as respostas: Colbert Martins venceu as eleições contra tudo e todos até com a presença do presidente da república, Ernesto Geisel, no palanque apoiando o candidato do governo.
Nossa Feira de Santana vivia à míngua.
José Falcão e Colbert Martins faziam magicas com os recursos repassados obrigatoriamente pela constituição, FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e ICMS, nenhum obra de vulto vinha para aqui, nem estadual e nem federal.
Em 1982, por força do destino o candidato de ACM, Cleriston Andrade morre em um acidente de avião faltando menos de quarenta e cinco dias para eleições, o governador ACM, o todo poderoso politicamente, decide por João Durval para ser o candidato do governo.Era a primeira eleição direta para governador após o golpe militar de 1964.
Todos os votos para governador, prefeito, vereadores, deputados e senadores eram obrigados a serem do mesmo partido, Arena ou MDB. Venceram João Durval e José Falcão, governador e prefeito de Feira, respectivamente.
Aí foi quando a Princesa do Sertão recebeu algumas obras de vulto de ordem do governo do estado, mas não suficientes para resolver todos os problemas de urbanização, esgoto, habitação, etc., que haviam sido deixados para trás.
Nas eleições seguintes só deu oposição a ACM: Colbert, João Durval e José Falcão.
Em 2000 com o apoio do então governador Paulo Souto, José Ronaldo vence o pleito e está como mandatário por quase vinte anos. Mesmo no intervalo de quatro anos, Tarcísio Pimenta sendo eleito prefeito nada mudou, deixou todo o primeiro e segundo escalão do seu antecessor. Foi um desastre.
Neste período de cinquenta anos a Princesa do Sertão foi contemplada com algumas obras dos governos estado e federal apenas na gestão de João Durval e de Jacques Wagner que fez Avenida Noide Cerqueira, Hospital da Criança, Lagoa Grande e muitas casas do Minha Casa Minha Vida, mesmo assim muito pouco para uma cidade do porte de Feira de Santana que proporcionou as vitórias por duas vezes a Wagner e seu sucessor Ruy Costa.
Atualmente a Princesa está degradada, o governador atual está no segundo mandato e nada fez até o momento por nossa cidade e para piorar os órgão do governo estão abandonados.
na foto: o pátio do Detran, em Feira de Santana
Marilton Carvalho é administrador de empresas.
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