
Um negro pobre, ligado ao candomblé, que conseguiu se destacar, em plena década de 1930, em uma sociedade dominada por famílias brancas, católicas e aristocráticas. Assim foi o poeta e cronista feirense Aloísio Resende, cuja biografia está sendo apresentada, em linhas gerais, no mais novo vídeo exibido no Memorial da Feira, portal mantido pela Prefeitura na internet, através da Secretaria Municipal de Comunicação Social.
A obra de Aloisio Resende foi relativamente pequena. A maioria dos seus poemas e crônicas foi publicada no Jornal Folha do Norte, onde atuou como tipógrafo na década de 1930, depois de trabalhar em jornais de Salvador e de Recife. Morreu com apenas 40 anos. Em 2000, a Universidade Estadual de Feira de Santana publicou o livro “Aloisio Resende – Poemas’, organizado pelas professoras e pesquisadoras Ana Angélica Vergne de Morais, Cristiane de Magalhães Porto e Lucidalva Correia Assunção.
O livro reúne 29 poemas de Aloisio, muitos dos quais voltados ao erotismo. Outros enaltecendo, de forma corajosa, a força e a beleza do candomblé, numa época em que essa religião sofria duras perseguições da sociedade e do Estado. Mesmo assim, Aloisio obteve reconhecimento ainda em vida e, logo após a sua morte, foi alvo de homenagens por parte de intelectuais feirenses na própria Folha do Norte, e emprestou seu nome a uma escola primária no bairro de Maçaranduba, em Salvador. Hoje é também nome de uma rua em Feira de Santana.
O vídeo exibido no Memorial da Feira traz também o depoimento do professor e doutor em Estudos Literários, Denilson Lima Santos, um dos pesquisadores da vida e da obra de Aloisio Resende. O vídeo pode ser visto na categoria Panoramas da Feira.
O Memorial da Feira está na internet, no endereço www.memorialdafeira.ba.gov.br.