Chico Pedrosa é um poeta popular do Nordeste. Mora atualmente em Recife, mas montado na poesia cavalga pelas cidades sertanejas e litorâneas dessa região, arrancando aplausos e admiração com a declamação dos seus versos e repentes da sua memória prodigiosa.
Sobre ele, escreveu o poeta Franklin Maxado, em recente artigo no jornal “Municípios em Foco”:
“Quem é esse senhor que ao levantar-se abrindo a boca eletriza todos declamando com seu sotaque de paraibano um poema jocoso, com interpretação teatral;. Ele causa um silêncio respeitoso de escuta até o final surpreendente e engraçado. Assim acontece quando Chico Pedrosa se apresenta quer na Bienal Internacional do Livro, ou numa sala de Universidade, ou mesmo num palco de teatro ou num canto de bar”
Pedrosa vem sempre à Feira de Santana, onde ainda residem familiares e onde morou por cerca de 20 anos. Hoje mesmo (14), dia do seu aniversário de 84 anos, ele está nesta cidade. Na próxima semana ele pode estar em Olinda, Natal, Sobral ou Juazeiro do Norte…ou em Guarabira,na Paraíba, onde nasceu, requisitado que é para festivais, e eventos culturais nos mais diversos recantos da região.
Aqui na Feira não é difícil encontrá-lo no Mercado de Arte Popular (MAP), com sua verve fácil e divertida, animando roda de amigos e admiradores na banca de cordel de Jurivaldo Alves. Na foto acima ele está com Ceará, conhecido cantador de viola residente na cidade e também frequentador da banca.
Não só a poesia mas a prosa de Pedrosa também é cativante. Sua conversa é uma aula de nordeste. Contador de causos nordestinos, fala das “tiradas’ de Seu Lunga com a autoridade de quem conheceu o folclórico cearense.
“Se a poesia fosse tão admirada como são suas irmãs Dança. Pintura e Música, talvez Chico fosse mais conhecido e solicitado apesar dele não se queixar e viver de sua arte. Ele declama poemas de sua criação como de outros expoentes nordestinos do ramo como Patativa do Assaré (de quem foi amigo de mesa de bar), Jessier Quirino ( de quem chegou a ser parceiro), Amazan, Zé da Luz, Zé Laurentino, Louro Branco e outros da chamada “Poesia Matuta” que muito parece com o Cordel. Neste tipo de poema, acha o falecido Manoel Monteiro o maior declamador que já ouviu”, nos conta Maxado na reportagem já citada.
Na biografia existente no livro “Sertão Caboclo – Antologia Poética de Chico Pedrosa” (`à venda na banca de Jurivaldo, na foto acima vê-se também o filho do poeta, Francisco Carlos, que mora em Feira) consta que começou a escrever folhetos de cordel aos 18 anos “sob influência do ambiente poético que encontrava em casa”. Seu pai, Avelino Galvão, era agricultor e cantador de côco. Além de cordelista, foi também camelô, profissão que lhe permitiu viajar por diversas capitais do Brasil.
Tem mais três livros publicados – “Pilão de Pedra I”, “Raízes da Terra” e “Pilão de Pedra II” – e dezenas de poemas matutos como “O Fidalgo Caçador”, “Revolta de Um Estudante” e “O Abilolado”.
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